Cuca Mondubim recebe Maria da Penha na campanha “Quem ama, Não Abusa”
“A lógica existente ainda hoje é de que se a mulher levou um tirou ou foi agredida pelo marido é porque ela fez alguma coisa e precisava ser punida. Graças a Lei, as mulheres se tornaram donas do seu destino”. A fala é da farmacêutica Maria da Penha, 71, durante as programações da campanha “Quem ama, Não Abusa”, realizada pela Defensoria Pública do Ceará na Rede Cuca, em alusão ao 11o aniversário da Lei Maria da Penha (11.340/06).
A fala da ativista aconteceu durante um talkshow produzido e executado pelos jovens comunicadores do Cuca Mondubim, conduzido para cerca de 70 expectadores. Durante a roda de conversa, Maria da Penha contou sua trajetória, ladeada pela defensora pública e supervisora do Nudem, Jeritza Braga, o defensor público do Nudem, Daniel Monteiro, a assistente social e a psicóloga do Nudem, Iury Natasha e Úrsula Goés.
Durante o momento que esteve próxima aos jovens, Maria da Penha destacou a aplicabilidade efetiva da lei e sua preocupação sobre as condições vulneráveis das mulheres, sobretudo no interior do Estado. “Nós sabemos que nas Capitais as mulheres têm mais facilidade e acesso a rede de apoio para efetivarem seus direitos. Precisamos reforçar essa dinâmica didática acerca dos tipos de violência também no interior e fazer com que essas mulheres se empoderem em todos os lugares”.
Na ocasião, os defensores puderam explicar acerca dos serviços do Nudem e das diversas temáticas que o Núcleo atende, dentre elas, destacaram os diferentes tipos de violência que podem ser denunciados. “É importante destacar que a violência não se concretiza somente fisicamente. Há a violência psicológica, emocional, financeira e patrimonial. Falar disso nesse evento, para pessoas tão jovens, é importante, pois auxilia na identificação de todas essas violências e, também, a romper esses ciclos”, reforça a defensora pública Jeritza Braga.
Os eventos aconteceram nas sedes dos Cucas localizadas na Barra do Ceará, Jangurussu e Mondubim com programas de rádio, debates, palestras e formação técnica para colaboradores. Para a coordenadora do Atendimento Psicossocial da Rede Cuca, Regislany Morais, o momento é importante para trazer o diálogo à juventude que mora na periferia. “A nossa maior preocupação e responsabilidade do Cuca é trazer esses diálogos de uma forma acessível, com a linguagem e a compreensão desses jovens que não discutem sobre esse tema, seja na escola ou em casa”, afirmou.
Sobre o Nudem – O Núcleo de Enfrentamento à Violência Contra a Mulher (Nudem) da Defensoria Pública atua na área que envolve o requerimento das medidas protetivas de urgência previstas na Lei Maria da Penha e encaminhamento para a rede de proteção existente no Estado e no Município, além da defesa dos direitos das mulheres, prestando toda a assistência, como educação em direitos, orientação jurídica, ajuizamento de ações necessárias de acordo com o caso.
Fotos: Leandro dos Santos e Junior Colucci (Rede Cuca).
