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Site da Defensoria Pública do Estado do Ceará

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Defensoria acompanha manifestação de mães pela cultura de paz

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Na tarde da última sexta-feira (10.05), a Defensoria Pública do Estado do Ceará acompanhou a manifestação do grupo “Vozes de Mães e Familiares do Socioeducativo e Prisional do Ceará”, organizado por mães cujos filhos cumprem medidas no sistema socioeducativo ou no sistema prisional. Entre as mulheres, estiveram também representantes integrantes dos movimentos Mães pela Diversidade, Mães do Curió — em memória da chacina que aconteceu em novembro de 2015 na Grande Messejana —, Instituto Negra do Ceará (INegra), Meninos de Deus e outros familiares de pessoas presas ou adolescentes em cumprimento de medidas socioeducativas.

IMG_6677Depois da concentração na Praça da Justiça Federal, a “Travessia: mães em luta pela vida e pela liberdade na periferia” percorreu as ruas Pedro I, Barão do Rio Branco, São Paulo e Major Facundo, até chegar na Praça do Ferreira. Os defensores públicos Francisco Rubens de Lima Júnior e José Valente Neto, que integram o Grupo de Ações Integradas de Apoio aos Eventos Promovidos por Movimentos Sociais (GAI), estiveram presentes durante todo o percurso para  realizar a defesa dos manifestantes com o objetivo de garantir os direitos constitucionais da participação popular em atos públicos.

A maioria das mães que estavam na manifestação tinham em comum a dor por passar o dia das mães, comemorado no domingo (12), longe dos filhos. Segurando cartazes e cruzes com os nomes dos mortos, gritaram denúncias sobre os filhos terem sido assassinados por intervenção policial ou reivindicando melhorias nas unidades socioeducativas e prisionais. Alessandra Félix Xavier é pedagoga e uma das organizadoras do movimento. “Chamamos essa manifestação de Travessia porque tem um significado muito simbólico. Queremos que nossos filhos  possam ir e vir em qualquer lugar dessa cidade. Há uma política de repressão muito forte. As famílias perdem suas casas, não há utilização desses jovens dos espaços públicos, a educação é insuficiente, e isso só prejudica no desenvolvimento desses jovens. Precisamos de uma perspectiva para o futuro. Nós existimos, somos organizadas e precisamos ser inseridas nessas construções”, explica.

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A Defensoria Pública do Ceará mantém uma agenda de reuniões com as mães dos adolescentes que cumprem medidas nos centros socioeducativos por meio do Núcleo de Atendimento ao Jovem e Adolescente em Conflito com a Lei (Nuaja). “O movimento das mães aqui presentes, além de histórico, é de um simbolismo marcante, pois quando toda a sociedade comemora e seu reúne para celebrar o dia das mães, elas lembram das milhões de mães das periferias do país que não possuem o direito de comemorar. Perderam seus filhos para a violência urbana e lembram que a cada dia lhes é retirada a capacidade de ter acesso à condição mínima de cidadania”, destaca o defensor Rubens de Lima, titular do Nuaja.

Para o defensor público José Valente Neto estar próximo da sociedade está no cerne da Defensoria. “Acompanhar as manifestações é um mecanismo de originalidade da Defensoria Pública e um aperfeiçoamento da cidadania. E isso vem obtendo grande receptividade tanto junto ao poder público, como na sociedade que sabe que pode contar com uma Defensoria forte e atuante”, destaca. A Defensoria Pública do Estado acompanha as manifestações populares a fim de resguardar direitos e estar próxima dos anseios da população por políticas públicas e por acesso à Justiça. Desde 2016, criou o Grupo de Ações Integradas de Apoio aos Eventos Promovidos por Movimentos Sociais, vinculado à Assessoria de Relacionamento Institucional, e que coordena estas participações nos movimentos e manifestações.