Posso ajudar?
Posso ajudar?

Site da Defensoria Pública do Estado do Ceará

conteúdo

Defensoria em Movimento recebeu demandas diversas em Caucaia na semana passada

Publicado em

Def em mov CaucaiaO projeto Defensoria em Movimento levou assistência jurídica e roda de conversa em direitos para a população da cidade de Caucaia, Região Metropolitana de Fortaleza, durante a última quarta (7) e quinta-feira (8), no bairro Soledade. Ao todo, foram 69 atendimentos. “O projeto é importante por causa da aproximação da Defensoria com as comunidades e sociedade civil, facilitando o acesso dos moradores à Justiça e ao conhecimento dos seus direitos”, considera o defensor público e assessor de relacionamento institucional da Defensoria Pública, Eduardo Villaça.Eduardo Villaça

Na última quarta-feira (7), a população procurou atendimento para dar entrada em divórcios, divisão de bens, exoneração de alimentos, guarda de filhos, negatória de paternidade, pensão alimentícia, retificação de registro, segunda via de certidão de casamento, verificação de andamento de processo criminal e união estável. O primeiro dia de assistência jurídica foi feito pelo defensores Eduardo Villaça e Mylena Gomes. No segundo dia, estiveram presentes também as defensoras Ana Paula Asfor, Gleiseane Carvalho e Marília Braga.

Em relação à orientação jurídica, os moradores buscaram saber maiores informações acerca de processos de adoção, consumidor, divórcio, indenização, liminar de concurso público, pensão alimentícia e pensão previdenciária. “A experiência em Caucaia foi muito boa, pois teve um volume relativamente bom de atendimentos. Foi muito produtivo”, pontua o defensor Eduardo Villaça.

Já na última quinta-feira (8), foram dado entrada em processos de contrato de veículo, criminal, danos morais, divórcio, fila de espera de exames, guarda, herança de imobiliária, pensão alimentícia, reintegração de posse, além de orientação jurídica sobre benefícios previdenciários, calúnia, casos como o da assistenteShirley social e intérprete de Libras, Shirley Pereira de Holanda, 52. Ela chegou ao caminhão da Defensoria em Movimento com a demanda de registro de nascimento. “A minha irmã tem 93 anos e não há documento que resista a esse tempo. Ela foi registrada em Pau dos Ferros, Rio Grande do Norte, e ela não tem mais condições físicas de viajar para lá, pois é cadeirante”.

Shirley resolveu buscar ajuda na Defensoria para que fosse enviado ofício para autorizar algum cartório a fazer um novo registro para sua irmã. “A minha expectativa é positiva, de esperança. Apesar da burocracia, eu espero que minha irmã seja reconhecida a cidadã brasileira que ela é e merece esse apoio. Eu vim buscar esse apoio aqui nesse caminhão”, diz. Além do caso da irmã de Shirley Holanda, o projeto recebeu também demandas, como assédio sexual, contrato de Financiamento Estudantil (Fies), revisional de imóveis, retificação de registro, cobrança indevida ao consumidor, andamento de processos, casos de veículos em processos administrativos, aposentadoria pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). “No segundo dia, muitas ações foram protocoladas, inclusive acordos extrajudiciais de família”, aponta Eduardo Villaça.

Histórias que chegam – A Defensoria em Movimento recebeu demandas e histórias bem diversas na edição. A técnica em Enfermagem M.P.L.O., 26, conta que sofreu assédio sexual aos 12 anos de idade. Somente 14 anos depois resolveu buscar assistência jurídica. “Quando fui registrar na Delegacia da Mulher, me falaram que era para ter feito antes e agora não dava mais. Não me esclareceram nada e me trataram mal”. Na ida à delegacia, M.P.L.O. avistou o mutirão da Defensoria. Ao retornar para casa, resolveu parar e procurar atendimento.

“Eu me senti mais amparada, pois quando fui atendida na delegacia, me senti tão impotente quando na época em que eu era adolescente”. Recentemente, a técnica descobriu vítimas atuais da mesma pessoa que a assediou e, por isso, resolveu denunciá-lo. “Naquela época, eu pensei que fosse só um caso isolado comigo, pois eu era criança e não tive coragem de contar para os meus pais, nem a ninguém. Quando uma vítima denunciou, foram surgindo outras”. Durante o atendimento, a técnica foi orientada a procurar o Núcleo de Enfrentamento à Violência contra a Mulher (Nudem), que faz atendimento às mulheres vítimas de violência, inclusive com amparo psicossocial.

“A experiência da Defensoria em Movimento é muito rica, tanto que eu busco participar de todas as edições”, destaca a defensora pública Ana Paula Asfor, presente na ação deste mês de novembro. O que chamou atenção da defensora na edição em Caucaia foi a parcela em comum de demandas. “A importância do projeto é chegar naquelas pessoas que estão longes dos centros de atendimentos ou, muitas vezes, não tem como ir até à Defensoria para buscar atendimento e não sabem dos seus direitos”, registra.