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Defensoria orienta sobre como identificar um relacionamento abusivo e agir em casos de violência

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O ano mal começou e supostos casos de feminicídio já aparecem nos noticiários cearenses. No primeiro dia de 2018, uma jovem de 22 anos, foi brutalmente assassinada e o suspeito do crime é seu ex-companheiro, segundo as investigações policiais até o momento. Familiares e amigos da vítima relataram que ela vivia um relacionamento abusivo, com maus tratos e constrangimentos por parte do companheiro.

Infelizmente, a violência sofrida pelas mulheres não é rara. O feminicídio, muitas vezes, é o desfecho cruel de uma rotina de outras violências sofridas como abuso sexual e agressões morais e psicológicas. Se perceber em uma relação abusiva é muito difícil porque significa romper os silêncios. Mas é uma possibilidade real para qualquer pessoa que esteja em um relacionamento, independente de classe, sexo, gênero ou sexualidade.

A Defensoria Pública do Ceará presta assistência jurídica às vítimas de violência doméstica através do Núcleo de Enfrentamento à Violência Contra a Mulher (Nudem). “É difícil de identificar no início esse tipo de violência, porque, geralmente, ela está mascarada como cuidado, amor e proteção, o que não é verdade”, explica a supervisora do Nudem, Jeritza Braga. A defensora pública esclarece que a violência psicológica logo pode ser identificada nos comportamentos que limitam a liberdade do outro; seja pela roupa a ser escolhida, pelo lugar que a pessoa deve ou não frequentar e pelo controle dos horários dela.

Diferentemente de uma agressão física, a emocional é sutil. Muitas vezes, ela é percebida por uma série de tentativas de manipulação para que o parceiro sinta-se culpado e responsável por todas as ações ruins no relacionamento com o outro. Esta característica estende-se a outras áreas da vida, já que o agressor tende a considerar que todos os acontecimentos negativos da sua vida são da responsabilidade do parceiro, fazendo-se de vítima, quando, na verdade, está se tornando o algoz.

Identificamos a seguir alguns aspectos que podem auxiliar no reconhecimento:

Estou em um relacionamento abusivo?

Sinais de possessividade (o companheiro/a promove o seu isolamento de outras relações, como amigos, família e colegas); controle (as atividades que você faz passa por uma gerência do parceiro/a, que reage mal, às vezes agressivamente, quando você não faz o que ele/ela quer); superioridade (ele/ela precisa ganhar sempre ou estar “certo”); manipulação (a pessoa pode mentir, alegar que a culpa na verdade é sua, ou fazer que você sinta pena dele); mudanças de humor (a pessoa pode ser abusiva em um momento e carinhosa ou humilde em outro); ações não correspondem às palavras (diz que ama, mas maltrata e não cumpre o que diz); punição/chantagem (priva de sexo como castigo, faz jogos silenciosos); isolamento (a pessoa não quer se abrir, nem discutir o assunto com você ou ninguém, embora talvez fale mal de seu comportamento aos outros.

Você conhece alguém que está em um relacionamento abusivo?

Caso você identifique que algum amigo, colega de trabalho ou parente esteja em um relacionamento abusivo, é imprescindível que você esteja presente para essa pessoa, ajudando a reconhecer que o abuso não é “normal” e que nada do que acontece é por culpa dela. Ainda que a pessoa decida continuar com o parceiro, é importante que ela saiba que pode conversar com você. Principalmente: seja presente na vida dessa pessoa; ouça e apoie, ela precisa dos seus cuidados.

 

Núcleo de Enfrentamento à Violência Contra a Mulher (Nudem)

A violência física integra as diversas violências iniciadas pelo relacionamento abusivo. Mesmo sendo identificável em relacionamentos heterossexuais e homossexuais, os números destas violências têm como grande vítima a mulher.

Neste contexto, o Núcleo de Enfrentamento à Violência Contra a Mulher (Nudem) da Defensoria Pública atua na área que envolve o requerimento das medidas protetivas de urgência previstas na Lei Maria da Penha e encaminhamento para a rede de proteção existente no Estado e no Município, além da defesa dos direitos das mulheres, prestando toda a assistência, como educação em direitos, orientação jurídica, ajuizamento de ações necessárias de acordo com o caso.

O Núcleo presta assistência como educação em direitos, orientação jurídica, ajuizamento de ações necessárias de acordo com o caso (alimentos, divórcio, dissolução de união estável, guarda, etc.), requerimento das medidas protetivas de urgência previstas na Lei Maria da Penha e encaminhamento para a rede de proteção existente no Estado e no Município.

 

Núcleo de Enfrentamento à Violência Contra a Mulher (Nudem)
Rua Padre Francisco Pinto, 363 – Benfica
Tel.: (85) 3101.2259 / 3278.7192