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Defensoria prestará assistência a vítimas de abuso em Cruz

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mulheres

Com intuito de identificar os casos de abuso sexual ou estupro ocorridos no município de Cruz, diante das denúncias contra médico e prefeito afastado de Uruburetama, a Defensoria Pública do Estado do Ceará promoverá uma reunião de diagnóstico e capacitação com agentes de saúde, Prefeitura Municipal e representantes da Polícia Civil no município, nesta sexta-feira (02 de agosto), às 8h, na na Biblioteca Pública Municipal Dra Maria Inês de Farias (Rua Padre Valdery, 364 – Centro – Cruz). A chegada da Comissão de Mulheres à cidade faz parte das estratégias tomadas pelo grupo, que é formado por Assembleia Legislativa, Defensoria Pública, movimento de mulheres, OAB-CE e Secretaria Estadual de Proteção Social (SPS), com intuito de fazer o enfrentamento à violência contra as mulheres.

A defensora pública Jeritza Braga, supervisora do Núcleo de Enfrentamento à Violência contra a Mulher da Defensoria (Nudem), conta que o objetivo é fazer uma busca-ativa para diagnosticar mais casos e buscar informações sobre as vítimas que já foram identificadas e iniciar o atendimento. “Nessa primeira visita, nos reuniremos com agentes de saúde que, tem a possibilidade de ter a identificação e de localização das mulheres que podem ter sido vítimas. Faremos um plano de trabalho com atendimento de psicólogas e assistentes sociais para essas mulheres. Posteriormente, também ingressaremos com ação de reparação por danos”, explica.

O defensor público Martônio Brandão Pessoa, que tem atuação extraordinária em Cruz, participou de reunião com a Polícia Civil no município desde o surgimento das denúncias. Para ele, a vinda da comitiva deve reforçar a atuação de várias instituições nesses casos. “Tendo em vista a notícia de que, no município de Cruz, haveria dezenas de pacientes que teriam sido vítimas do médico ora acusado, a vinda deste reforço é de fundamental importância. Com o atendimento às mulheres do município, poderemos dar orientação jurídica, ingressar com medidas protetivas e ações judiciais, bem como encaminhar e disponibilizar uma rede de proteção à vítima, numa comunhão de esforços com outros órgãos e autoridades”, afirma o defensor.

A Defensoria esteve na cidade de Uruburetama, quando vieram à tona as denúncias contra o ex-prefeito, no último dia 17 de julho, participando de reuniões na Câmara Municipal, na delegacia e no Fórum. A supervisora alerta sobre a necessidade de ouvir e empoderar as vítimas para, principalmente, colocar um fim à cultura do silêncio. “As mulheres precisam conhecer quais são as situações de violência, porque muita gente ainda acha que é só a física ou cometida pelo companheiro, mas não é. Qualquer conduta que cause dano emocional, que diminua a autoestima da mulher, que prejudique o seu pleno desenvolvimento, é sim um ato violento. E ele não acontece só dentro de casa: acontece nas escolas, no ambiente do trabalho, nas ruas, no transporte público e nos hospitais. A Defensoria auxilia as mulheres a romper com esse ciclo de violência, oferecendo informações para que elas entendam seus direitos, oferta suporte para que elas não se sintam sozinhas e indica toda a rede de proteção para dar os encaminhamentos necessários e enfrentar essa situação absolutamente complexa”, reforça Jeritza Braga.

Nudem – Os Núcleos de Enfrentamento à Violência Contra a Mulher (Nudem) da Defensoria Pública do Estado do Ceará funcionam em Fortaleza e no Cariri e, em 2018, ampliaram sua abrangência atendendo, além dos crimes previstos na Lei Maria da Penha, os crimes sexuais e a inclusão do público trans e travestis. Em Fortaleza, o Núcleo de Enfrentamento à Violência Contra a Mulher da Defensoria Pública do Estado do Ceará, em 2018, registrou 4.388 atuações, aumento de 9,5% em relação a 2017 e 56,8% em relação a 2016. As maiores demandas apresentadas foram relacionadas ao direito de família, além de queixa crime e medida protetiva.