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Defensoria Pública realiza encontro com vítimas e familiares da Chacina do Curió

Publicado em

curió

Na manhã desta quinta-feira (02.02), a Defensoria Pública do Ceará realizou mais um encontro com sobreviventes e familiares das vítimas do fato que ficou conhecido como a chacina do Curió, ocorrido em 12 de novembro de 2015 e que vitimou 11 pessoas nos bairros do Curió, São Miguel, Lagoa Redonda e Messejana. Pouco mais de um ano após o episódio, ainda é possível perceber a tristeza no olhar de mães que perderam seus filhos. Por outro lado, há o sorriso no rosto de quem sobreviveu e está encontrando na Defensoria Pública um suporte para recomeçar.

É o caso de C.P.T.F., de 22 anos, um dos sobreviventes. “Eu tive uma segunda chance e estou recebendo a assistência da Defensoria Pública que foi o único órgão que está estendendo a mão para mim, para minha família e para essas mães que perderam seus filhos. Estou confiante com o trabalho dessa instituição, vou começar a fisioterapia por intermédio da Defensoria e espero recomeçar a minha vida”, destacou.

Desde março de 2016, os parentes das vítimas são recebidos periodicamente na sede da Instituição por uma equipe formada pelos defensores públicos Delano Benevides Filho e Natali Massilon Pontes, assistentes sociais e psicólogas. Os defensores  atualizam os familiares sobre os avanços no processo e esclarecem as dúvidas.

No ano passado, a Justiça decretou a prisão preventiva de 44 policiais militares, denunciados pelo Ministério Público do Ceará. Desses, dois tiveram autorização da Justiça para cumprir prisão domiciliar enquanto aguardam o julgamento. Enquanto estiver cumprindo pena domiciliar, os policiais só podem deixar as residências para consultas médicas e em caso de emergência.

O defensor público Delano Benevides repassou todas as informações técnicas e reiterou a assistência da Defensoria. “A minha maior preocupação não é unicamente com a parte jurídica, porque vocês estão sendo bem assistidos por nós, o processo vai andar e está andando. A minha maior preocupação é fora de tudo isso. É dar o amparo para esses meninos que sobreviveram, oportunizar a recuperação deles, fortalecer o emocional de vocês por meio dos atendimentos psicossocial. Nós queremos dar a vocês o que nenhum outro órgão público ofereceu. Isso é ser humano! O mais importante é vocês aprenderem a tocar a vida de vocês daqui para frente, mesmo com essa perda irreparável e independente dos resultados desse processo”, finalizou o defensor.

Ao final do encontro, a psicóloga e as assistentes sociais realizam atividades estimulando o fortalecimento emocional de cada um deles. De acordo com a supervisora das equipes Psicossociais, Andreya Arruda Amêndola, o acompanhamento psicológico é fundamental para o enfrentamento de um processo de perda. “Para que o luto possa ser vivenciado é importante que a pessoa enlutada expresse seus sentimentos e emoções. Assim, nosso papel é possibilitar um espaço de escuta para auxiliá-las a compreenderem seus sentimentos e validá-los como um processo necessário para o restabelecimento pessoal. Neste sentido, a Defensoria buscou encaminhamentos para realização de acompanhamentos psicológicos individuais, assim como grupo terapêuticos de perdas e luto, para auxiliar no fortalecimento destas pessoas”, finaliza Andreya.