Site da Defensoria Pública do Estado do Ceará

Um golpe aplicado, prioritariamente em idosos, está chamando a atenção da Defensoria Pública do Estado do Ceará e é conhecido popularmente como “troca de cartões”. O  estelionato ocorre junto aos caixas eletrônicos espalhados pela cidade, quando a vítima é distraída no caixa eletrônico por um estranho, geralmente bem aparentado, que começa a conversar. Geralmente, outra pessoa que passa ao lado anota os dados que estão sendo digitados ou acaba trocando o cartão da vítima por outro, sem que a mesma perceba. No segundo semestre de 2019, foram registrados no Núcleo de Defesa do Consumidor da Defensoria Pública (Nudecon) casos similares em comércios de Fortaleza e as vítimas seguem o mesmo perfil: pessoas acima de 60 anos.

Uma dessas vítimas foi a aposentada Maria Campos, de 83 anos. “Eu estava no supermercado e fui conferir o extrato da minha conta. Quando eu estava iniciando o procedimento, chegou um homem e perguntou se a máquina estava funcionando direito. Eu disse que sim, coloquei o cartão e fui fazer o protocolo do caixa. Quando eu já estava terminando, chegou outro do meu lado e esbarrou em mim. Acho que foi nessa hora que eles trocaram o cartão, porque quando fui perceber era um cartão de outra pessoa. Tive um prejuízo de mais de R$ 4mil e estou tentando provar na justiça que não foi eu que pegou esse dinheiro”, relembra a aposentada.

Apesar de seguir todas as formalidades, como o registro da ocorrência na Delegacia e demais procedimentos administrativos do banco, Maria não teve seu prejuízo ressarcido e buscou atendimento no Nudecon. “Aqui judicializamos essa ação para que ela seja ressarcida pela perda material e pelo constrangimento ocasionado, já que o banco deve manter um serviço com segurança para seus usuários, por isso a responsabilidade persiste ainda que o serviço tenha sido realizado fora da agência bancária, já que a consumidora não forneceu qualquer informação sobre sua conta e ainda assim o golpe foi efetivado”, destaca a defensora pública titular do Nudecon, Noêmia Landim.

A Defensoria faz o alerta  e  recomenda à população, principalmente pessoas de idade mais avançada para não dar espaço para desconhecidos, em momento que estiver em operações em caixas e em pagamentos. “Na maioria dos casos, essas pessoas estão bem vestidas, se apresentam bem, são muito educados e cativam as pessoas de mais idade, muitas vezes se disponibilizando a ajudar nas operações bancárias. O ideal é não aceitar, de forma alguma, a ajuda de estranhos e preferencialmente, não fazerem operações bancárias sozinhas”, indica.

Para o atendimento na Defensoria Pública, a vítima precisa apresentar os documentos pessoais (RG e CPF), comprovante de endereço, extratos bancários, boletim de ocorrência e os protocolos de atendimento na agência bancária comunicando a fraude.

Serviço
Núcleo de Defesa do Consumidor – Nudecon
Avenida Pinto Bandeira, nº 499, Engenheiro Luciano Cavalcante
(85) 3101.3423