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Jovens abrigados em instituições de acolhimento iniciam capacitação profissional na Defensoria Pública

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CIEENesta sexta-feira (21), a Defensoria Pública do Estado do Ceará inicia oficinas de capacitação profissional para cerca de 50 jovens com idade entre 14 e 22 anos abrigados em instituições de acolhimento por conta de situações de vulnerabilidade social. A ação é uma iniciativa do Núcleo de Defesa dos Direitos da Infância e da Juventude (Nadij), em parceria com o Centro de Integração Empresa-Escola (CIEE) e tem como objetivo dar novas perspectivas de autonomia a esse público, através de encaminhamento para o mercado de trabalho.

Segundo a defensora pública titular do Nadij, Ana Cristina Barreto, a ideia nasceu a partir de visitas técnicas feitas às instituições de acolhimento. “Nos deparamos com uma quantidade significativa de adolescentes sem perspectivas de adoção e sem possibilidade de retorno familiar. Eles estão lá devido à condição de vida vulnerável. Constatado isso, pensamos então que devíamos proporcionar a conquista de autonomia por meio da capacitação profissional”. A defensora acredita que, após a implementação dos primeiros cursos, o projeto deve se desdobrar em novas ações. “O treinamento e capacitação dos jovens é a primeira de várias vertentes de inclusão que iremos trabalhar. Além de mercado de trabalho, teremos também saúde, esporte, cultura, lazer e educação”, conta a defensora.

De acordo com a assistente social do CIEE, Bruna França, o objetivo é “promover oficinas de capacitação centradas na ação, na reflexão crítica e em sua revisão pelos participantes, onde serão realizadas também dinâmicas de grupo com discussões e reflexões de conteúdos ligados à empregabilidade e cidadania com o intuito de proporcionar o desenvolvimento de atitudes e habilidades para inserção no mundo do trabalho. Ao final das oficinas, os participantes poderão ser encaminhados prioritariamente para vagas de aprendizagem ofertadas pelo CIEE”, destaca.

Neste primeiro encontro serão repassadas informações sobre a profissionalização, mercado, possibilidades de atuação e programação das oficinas. Será um momento inicial para os jovens entenderam a importância desse momento. Em seguida, serão montadas quatro turmas, de até 25 jovens, que participarão de módulos divididos em vinte horas. Essas oficinas estão previstas para começar em outubro.

“Realizamos essas oficinas há mais ou menos um ano junto aos jovens que são encaminhados pela rede socioassistencial, como Centro de Referência em Assistência (CRAS), Centro de Referência Especializado em Assistência Social (CREAS) e programas da Prefeitura. Esta será a primeira vez que faremos as oficinas para jovens de acolhimentos institucionais. Eles terão a oportunidade de participarem de oficinas de inclusão ao mundo do trabalho e vamos abordar sobre direitos e deveres, postura e apresentação pessoal, como se portar em entrevistas de emprego, apresentar noções de ética, planejamento pessoal e profissional, elaboração de currículo, dentre outros assuntos que perpassam o mundo trabalho”, explica Bruna.

ACP para a criação de repúblicas – Recentemente, a Justiça do Ceará determinou que a Prefeitura de Fortaleza crie, execute e mantenha repúblicas para os jovens que saem das unidades de acolhimento institucional, os chamados abrigos, após completarem 18 anos. A Ação Civil Pública foi interposta pelo Núcleo de Defesa dos Direitos da Infância e da Juventude (Nadij) da Defensoria Pública do Estado do Ceará que tramitava na 12a Vara da Fazenda Pública e a juíza Nadia Maria Frota Pereira julgou procedente o pedido da Defensoria, em 31 de agosto. A ACP tramitava desde  2016.