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Núcleo de Direitos Humanos presta assistência jurídica ao jovem vítima de agressão no Benfica

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A Defensoria Pública do Estado do Ceará recebeu formalmente nesta quarta-feira (24) a denúncia do jovem universitário atacado por um grupo de dez pessoas, identificado posteriormente como “Carecas do Brasil/Ceará”, na noite da última quinta-feira, 18, no bairro Benfica. O jovem procurou o Núcleo de Direitos Humanos e Ações Coletivas da Defensoria, que colheu seu depoimento e fará a sua assistência jurídica.

Segundo o relato da vítima, que ganhou grande repercussão na imprensa e mídias sociais, ela estava com amigos na Praça da Gentilandia quando avistou um grupo fixando cartazes. No primeiro momento, os jovens pensaram tratar-se de integrantes do movimento de rock da cidade, já que todos trajavam camisas pretas, mas ao avistar a postura intimidadora do grupo e o teor preconceituoso nos cartazes do bairro, dois amigos resolveram arrancar os cartazes.

O coletivo “Carecas do Brasil/Ceará” teria revidado a ação com agressão física. Todos conseguiram escapar, exceto um deles, que foi vítima de empurrões, socos, inclusive na cabeça e expressões que expressam a intolerância do coletivo, como “Foi esse viadinho aqui?”, “Foi este preto imundo mesmo”. O relato aponta dois minutos de agressão, até que conseguiu fugir. Após as agressões, a vítima encontrou uma viatura da Polícia Militar que recomendou registro do fato na delegacia. Foi aberto boletim de ocorrência na 11a Delegacia de Polícia Civil.

De acordo com o defensor público do Núcleo de Direitos Humanos e Ações Coletivas que acompanha o caso, Eliton Meneses, serão tomadas todas as medidas legais e judiciais no sentido de reparar os danos sofrido pelo jovem, inclusive de preservação de sua integridade. “Tudo leva a crer que a violência foi motivada unicamente por homofobia e racismo. E isso é crime. Vamos acompanhar a investigação, entrar com ação de danos morais para reparação civil além de oficiar a Secretaria de Segurança Pública para, dentre outras medidas, pedir o resguardo da segurança da vítima. A Defensoria acompanhará as investigações do Ministério Público e da Polícia Civil para a responsabilização dos agressores”, destaca.

A Defensoria Pública repudia a existência de grupos neofascistas no Estado, que usa violência e prega a intolerância contra classe social, credo, cor ou orientação sexual e irá acompanhar o caso para que todas as providências cabíveis sejam tomadas até a responsabilização dos agressores nas esferas civil e criminal.