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Prainha do Canto Verde recebe Orçamento Participativo da Defensoria Pública

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IMG_9621Ninguém tira meu Direito de sonhar

Eu sonho, eu sonho…

Ninguém tira meu Direito de sonhar
Eu sonho, eu sonho…
Eu sonho que o salário seja digno, que não haja desigualdade.
Eu sonho com o povo organizado, construindo a nova sociedade
Eu sonho com o fim da violência , que haja amor entre as nações,
Eu sonho que as guerras tenham fim e a paz reine nos corações
Eu sonho porque tenho esse direito , meu sonho é só fazer o bem.
O sonho que eu disse na canção é o sonho de Deus para o mundo também.

IMG_9381A música cantada pela população abriu o encontro com a Defensoria Pública do Estado do Ceará, que está realizando ao longo deste primeiro semestre oitivas com a comunidade. Desde abril, o Orçamento Participativo, projeto premiado da Defensoria do Ceará, está percorrendo o interior do Estado para ouvir a opinião da população sobre as atividades mais importantes a serem implementadas pela Defensoria no ano de 2020. Na última sexta-feira, dia 24, foi a vez da população do Litoral Leste participar do encontro com a instituição, que aconteceu na Escola Bom Jesus dos Navegantes, na Prainha do Canto Verde, distrito de Beberibe.

IMG_9445A defensora pública geral do Ceará, Mariana Lobo, explicou para a população sobre o objetivo da audiência. “Já estamos na quarta edição do Orçamento Participativo e ao longo desses anos, conseguimos algumas vitorias. Eu acredito que o Orçamento Participativo é uma politica de persistência e resistência, porque estamos aqui sempre escutando vocês, acreditando e lutando por melhorias. Com essa escuta, levamos para as autoridades, para o Poder Legislativo, os pleitos de vocês e, mesmo quando não conseguimos avançar em um determinado ponto, sabemos que o que conseguimos significa muito no nosso direito de sonhar”, destacou a defensora geral.

Participaram do encontro cerca de 50 pessoas que reivindicaram por melhorias em diversos serviços públicos, questionaram sobre processos antigos que tramitam na Justiça e solicitaram mais defensores públicos para atender outras cidades da região. A metodologia do Orçamento Participativo foi apresentada pelo defensor público Eduardo Villaça, assessor de Relacionamento Institucional. “Somos a primeira instituição do sistema de justiça cearense a abrir nosso orçamento para a discussão com a população e o nosso objetivo com isso é, principalmente, ouvi-los e saber o que vocês esperam que a Defensoria Pública melhore para que busquemos junto ao poder público as condições para que a instituição amplie seus serviços e seu atendimento à população”, ressaltou Eduardo Villaça.

Estiveram presentes também  o subdefensor público, Leonardo Antônio de Moura Júnior; a presidenta da Associação das Defensoras e dos Defensores Públicos do Estado do Ceará (Adpec), Amélia Rocha; a defensora pública que atua em Beberibe, Betânia Alves; a defensora pública titular do Núcleo de Habitação e Moradia que compõe a Comissão Organizadora do OP, Elizabeth Chagas; além da ouvidora geral externa da instituição, Merilane Pires Coelho.

“A Defensoria só serve a quem ela se destina, que é o povo que precisa dela. Nós nunca podemos perder esse direito de sonhar. Há quatro anos, sonhamos em trazer a administração superior da Defensoria para perto da comunidade, para que pudéssemos nos planejar de uma maneira que realmente fosse efetiva para quem precisa da Defensoria. E hoje estamos aqui na quarta edição do Orçamento Participativo. Vocês vieram pra cá, sacrificando o dia de vocês e os outros afazeres, mas sonhando por um mundo mais justo e mais feliz”, destacou Amélia Rocha, presidente da Associação das Defensoras e dos Defensores Públicos do Estado do Ceará (Adpec).

IMG_9591A representante da Organização Popular de Aracati (OPA), Jocélia Robeiro dos Santos, estava presente na audiência. Este foi o terceiro ano em que ela e os demais integrante da OPA estiveram presentes no encontro com a Defensoria. “É muito importante poder discutir sobre as questões dos nossos direitos. E eu faço questão de estar em todos os encontros. Estivemos na primeira em Aracati e depois em Limoeiro do Norte e o que percebo é que cada vez mais a Defensoria tem mostrado esse serviço de proximidade com a comunidade e isso é muito bom, porque a porta da Defensoria Pública permanece aberta pra gente e é o que a gente sempre pede: uma Defensoria aberta para os movimentos sociais”, discursou.

Jocélia aproveitou o momento para questionar sobre uma ação de regularização fundiária da comunidade do bairro Pedregal, em Aracati, que tramita na Justiça desde 2010. Trata-se de uma luta antiga dos moradores e dos movimentos populares para o reconhecimento do direito à moradia de uma população estabelecida no bairro já há algumas décadas. A comunidade estava próximo a regularizar as casas, mas se surpreendeu com um recurso da Prefeitura de Aracati no Tribunal de Justiça. A população acredita que o bairro, anteriormente um mero descampado, localizado próximo à margem da foz do Rio Jaguaribe, tangenciado pela BR 304, no entroncamento com a CE-040, tendo como vizinhos Faculdade Vale do Jaguaribe e o Aeroporto Dragão do Mar, reúne todos os atrativos para a especulação imobiliária. “Já havia a decisão do juiz para executar a regularização fundiária, mas aí agora o processo está no Tribunal de Justiça, em Fortaleza”, desabafou a moradora. A defensora pública Elizabeth Chagas, titular do Núcleo de Habitação e Moradia atendeu De forma particular a comunidade para dar os encaminhamentos necessários e esclarecer as dúvidas da população. “Vou estudar sobre o processo, ver como está a tramitação e dar esse suporte à comunidade”, destacou.

A ouvidora geral externa da Defensoria Pública, Merilane Pires Coelho, lembrou da primeira audiência no Litoral Leste, que aconteceu em Aracati, em 2016. “Na época fizemos vários esforços para que a população da Prainha do Canto Verde estivesse presente naquela nossa primeira atuação, mas infelizmente, por uma questão de logística não foi possível. E três anos depois, olha aonde estamos ? Estamos hoje aqui, pertinho do mar, no coração dessa comunidade que tem uma luta muito importante em defesa do seu território e em defesa das pessoas. É importante que possamos dar continuidade desses debates com a Defensoria, porque com esse diálogo podemos lutar até o fim para que a instituição continue fortalecida e continue segurando na nossa mão, caminhando com a população mais vulnerável e sentindo as nossas dores”, destacou a ouvidora.