Defensora geral anuncia Martinha e Sr. Tanaka, principais ferramentas de inteligência artificial da DPCE

Defensora geral anuncia Martinha e Sr. Tanaka, principais ferramentas de inteligência artificial da DPCE

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Em meio ao seminário de celebração dos 27 anos da Defensoria Pública do Ceará, a gestora da instituição, Sâmia Farias, anunciou nesta sexta-feira (26/4) ferramentas de inteligência artificial da DPCE. Ambas serão em breve disponibilizadas ao uso de colaboradoras(es) e defensores(as).

Para homenagear dois servidores da DPCE, os recursos chamam-se Martinha e Sr. Tanaka – falecidos em março de 2021 e julho de 2022, respectivamente. Marta Alves de Lima contribuiu com a Defensoria por quase 20 anos, sendo a Coordenadoria das Defensorias da Capital (CDC) o último setor no qual atuou. Já Massachi Tanaka permaneceu por 12 anos na instituição e integrava os quadros do setor de Tecnologia da Informação.

A defensora geral Sâmia Farias

“A gente não pode negar que a inteligência artificial é uma realidade, mas também não pode esquecer que a gente tem que cuidar da gente. Se valorizar e se trabalhar. Porque assim vamos prestar um melhor serviço a quem nos procura. E a Martinha e o Sr. Tanaka são o retrato disso. A gente, então, fala de futuro sem esquecer quem nos trouxe até aqui”, afirmou Sâmia Farias.

As ferramentas foram apresentadas pelo assessor de Desenvolvimento Institucional da DPCE, defensor Bruno Fiori. Enquanto Martinha vai operar como um serviço que apresenta ao/à defensor(a) um resumo do conteúdo de arquivos em PDF, o dispositivo Sr. Tanaka fará a transcrição de audiências.

Os dois recursos terão impacto direto na atuação da Defensoria. “Alguns testes ainda estão sendo feitos, principalmente no tocante aos vídeos dessas audiências, para que a gente ofereça a melhor experiência possível a defensores e colaboradores. Temos a responsabilidade de ir com cautela”, ponderou Fiori.

Atuante em vara de família, a defensora Ramylle Maria de Almeida comemorou o anúncio das duas ferramentas, especialmente a de transcrição de audiências. “Elas hoje são totalmente gravadas. Então, nas peças finais, principalmente nos memoriais e nas alegações finais, a gente tinha que ouvir e transcrever manualmente, tentando ser fidedigno ao que era dito, para destacarmos alguma coisa que a parte falou. Com essa ferramenta colocando tudo em palavras automaticamente, nós vamos fazer o termo exatamente a partir daquilo que foi dito. Vai facilitar imensamente”, previu.

Para a defensora Ana Cristina Soares de Alencar, atuante no Segundo Grau, acredita que a ferramenta Martinha vai facilitar sobretudo a leitura de peças processuais produzidas pela Polícia. “Às vezes, a gente pega um processo de 700 páginas. Eu ontem peguei um de 720 páginas. E a parte da delegacia, pra mim, foi a mais difícil porque veio toda apagada. Na maioria das vezes, esses documentos não têm qualidade e a gente não consegue ler direito. A partir do momento em que eu tenho uma máquina que faz isso por mim, isso me economiza e me garante mais qualidade processual. Então, no fim, quem vai receber esse presente é o assistido. Porque eu vou poder elaborar peças com ainda mais qualidade”, frisou.

(Colaborou: Fernanda Aparecida, estagiária em Jornalismo sob supervisão)

 

Na foto, Massachi Tanaka Júnior, filho de Tanaka, e  Marília Alves Lima,  filha de Marta (ao centro), acompanharam o lançamento das ferramentas