Defensoria atende população do Jangurussu em manhã de mutirão de serviços do projeto Acolher
Mãe de duas meninas, a autônoma Maria Manuelle Silva dos Santos, de 24 anos, é uma mulher negra que deu, enfim, nesta sexta-feira (29/7) o primeiro passo para garantir a pensão alimentícia das filhas. Moradora do Residencial José Euclides, ela foi uma das centenas de pessoas atendidas no mutirão de serviços “Acolher”, promovido pela Secretaria da Proteção Social (SPS) e Defensoria Pública Geral do Estado (DPCE) no bairro Jangurussu, em Fortaleza.
Com a renda de casa oriunda da venda de comida dentro e fora do conjunto habitacional, Manuelle nunca recebeu apoio do pai das garotas. Nem afetivo nem financeiro. “Ele não dá um real. Faz é me ameaçar! E eu sempre disse que não ia atrás de pensão, mas as coisas estão muito difíceis. Agora que recebi todas as orientações e já sei onde ir, vou juntar toda a papelada que a Defensoria me disse que é preciso e vou procurar meus direitos já na segunda-feira. Quer dizer, meus direitos não. Os direitos das minhas filhas”, sentenciou.

A Van de Direitos da DPCE recebeu dezenas de pessoas em busca de consultas processuais e orientações jurídicas sobre questões familiares, cíveis, habitacionais e criminais. Cinco defensores públicos atenderam à população do Jangurussu e do entorno durante toda a manhã.
Cerca de três mil familias moram no Residencial José Euclides. O equivalente a cerca de 13 mil pessoas, segundo a SPS. “Essa é uma atividade que nos permite olhar no olho do assistido e compreender a necessidade de cada um e qual demanda é mais recorrente em cada localidade. A SPS tem sido uma parceira importante no combate às vulnerabilidades e desigualdades”, afirmou a defensora geral, Elizabeth Chagas, que também atuou nos atendimentos ao lado dos defensores Lino Fonteles, Leandro Bessa, Renata Helena Araújo e Luiz Fernando de Castro.
Essa foi a nona edição do “Acolher”, implementado em abril deste ano. O projeto acontecerá até dezembro, semanalmente. Sempre às sextas-feiras. “Nossa ideia é oferecer um serviço de acolhida mesmo pra essas pessoas. É chegar nas comunidades onde muitos desses serviços não chegam”, detalhou a titular da SPS, Onélia Santana.

