Joyce Ramos, Sarah Menezes e Carlos Dias são as candidaturas mais votadas; lista tríplice vai ao Consup na próxima semana

Joyce Ramos, Sarah Menezes e Carlos Dias são as candidaturas mais votadas; lista tríplice vai ao Consup na próxima semana

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São negros os três nomes mais votados da eleição para o cargo de ouvidor(a) geral externo(a) da Defensoria Pública do Ceará (DPCE). Com o processo ocorrido durante a manhã e a tarde desta quinta-feira (27/7), Joyce Ramos, Sarah Menezes e Carlos Dias foram escolhidas(o) pelas(os) representantes das 84 entidades habilitadas que participação do pleito.

O resultado será encaminhado pela Comissão Eleitoral para o Conselho Superior da DPCE, a quem cabe definir qual candidata(o) assumirá o mandato pelos próximos dois anos. A decisão será tomada em reunião do Consup na próxima semana, em dia, hora e local a serem divulgados.

Cada representante de entidade foi previamente indicado(a) pela instituição e tinha direito de votar em até três candidaturas. Ou seja: o número final de votos poderia variar de 91, caso todo representante apoiasse apenas um(a) candidato(a), a 273, caso todos os representantes votassem em três nomes diferentes. Ao fim, todas as candidaturas somaram 228 votos.

Joyce terminou a disputa em primeiro lugar, com 55 votos (24,12% do total). Em segundo, com 53 votos (23,24%), ficou Sarah Menezes. Já Carlos Dias teve 50 votos (21,92%) e ficou em terceiro lugar, fechando, assim, a lista tríplice. As demais candidaturas (de Andrea Glais e de Amanda Barros) contabilizaram 38 (16,66%) e 32 votos (14,03%), respectivamente.

 

 

A defensora geral Elizabeth Chagas acompanhou o dia de eleições, classificando o processo como “democrático e importante para construir a história com as pessoas”. Ela destacou que essa eleição escolherá o nome da quinta pessoa a gerir a Ouvidoria desde a criação do órgão, em dezembro de 2010, e o quão estratégica é a atuação do órgão para a garantia de direitos das populações mais vulneráveis. “A Defensoria tem um ouvido atento às demandas da população, que são muitas e variadas. E é assim porque a Defensoria é a instituição mais próxima do povo. Então, obrigado a todos que acreditam na Defensoria e querem construir a instituição conosco”, disse.

Presidenta da Comissão Eleitoral, a defensora pública Yamara Lavor enalteceu a tranquilidade de todo o processo de escolha do(a) novo(a) ouvidor(a) geral externa da DPCE. “Foi tudo muito tranquilo desde o começo. E nós vimos que muita gente até de mala aqui. Então, ficou muito claro que muita gente fez um esforço grande pra vir votar.”

Historiadora indicada pela Associação de Cooperação Agrícola do Estado (Acace), Joyce Ramos disse que a ouvidoria é um espaço importante para um país tão desigual quanto o Brasil. “É importante efetivar a Justiça para o nosso povo, que tá lá na ponta. Então, eu enxergo essa disputa como fortalecimento da minha luta; uma oportunidade de juntar o social com o institucional para fortalecer a luta e a causa do povo.”

Sarah Menezes é educadora popular e foi indicada pelo instituto Terramar. Ela ressaltou a origem da Ouvidoria da Defensoria, que é a articulação dos movimentos sociais. “E são eles, os movimentos sociais, que ecoam minha voz de mulher negra e a sede de justiça social. Então, a Ouvidoria é um lugar onde nós devemos estar e fortalecer. Porque é um espaço de acesso e garantia de direitos.”

Já Carlos Dias é também historiador e foi o candidato indicado pelo Grupo de Valorização Negra do Cariri (Grunec). Para ele, “a Ouvidoria serve para manter diálogo constante”. Por isso, defendeu a interiorização dos serviços do órgão. “Estou aqui em defesa da vida e desse serviço, que tem de estar perto das pessoas. Porque nós precisamos pensar o Direito como algo substancial à vida. Temos que pensar as dificuldades de existir e os atravessamentos decorrentes disso.”