Dia dos Mediadores Comunitários – “Cada vez que a violência é substituída pelo diálogo, promove-se a paz”
No dia 13 de setembro é celebrado o Dia Estadual dos Mediadores Comunitários, aqueles cuja missão é realizar a solução de conflitos de maneira mais sensível e humanizada, dando atenção para as particularidades de cada indivíduo envolvido na situação. A função tem como finalidade a pacificação social, contribuindo para que as partes envolvidas estejam em um ambiente colaborativo e possam dialogar sobre os seus pontos de vista para solução de um entrave.
Na Defensoria, a mediação comunitária é feita através de pessoas da própria comunidade e que são selecionadas, por meio de edital, para auxiliar na solução dos problemas das comunidades. A defensora pública Manoella de Queiroz Freitas Lima, supervisora do Núcleo Descentralizado do João XXIII da Defensoria Pública do Estado do Ceará (DPCE), explica como a mediação faz parte do cerne da instituição, trabalhando na construção da resolução de um conflito. Durante o diálogo, cada uma das partes tem a oportunidade de expor seus pontos de vista e tomar decisões. “Na Defensoria temos a mediação comunitária realizada por cidadãos locais que participaram de uma capacitação e temos também as mediações realizadas pelos defensores públicos. No Núcleo João XXIII, os interessados passam por um processo de escuta e agendam a sessão de mediação, enviando uma carta convite para a outra parte”, explica.
Na próxima quinta e sexta-feira (15 e 16), a defensora Rozane Magalhães e a coordenadora do psicossocial da Defensoria farão a formação de novos mediadores para o Núcleo do Mucuripe, que justamente atuam na ponta, promovendo a solução extrajudicial nas comunidades e nas cidades do interior. Em Sobral, a Defensoria Pública mantém o projeto “Laços de Família: conhecer para amar”, uma parceria com o Centro Universitário INTA (UNINTA), que promove a mediação de conflitos familiares. Nos primeiros atendimentos da Defensoria são verificadas as possibilidade de adesão dos interessados na mediação de conflitos, antes de recorrer a uma ação judicial.
O defensor público que coordena a ação, Igor Barreto, reforça a importância da mediação para a Defensoria Pública e para a justiça. “A mediação é uma ferramenta de autonomia dos envolvidos que, auxiliados, podem conduzir suas questões sem a necessidade de intervenção de um Poder, de normas formais, das quais poucos têm conhecimento adequado. A mediação deve ser sempre a oferta para os interessados, com profissionais capacitados para promover e facilitar o diálogo e, assim, atuar em favor da solução autônoma-partilhada dos conflitos. Para a Defensoria, especificamente, pode significar a passagem de um modelo de intervenção que privilegia a divergência para um modelo que atua pela convergência entre os interessados”, discorre.
A mediação comunitária visa ainda fortalecer os laços dos integrantes de determinado grupo social, buscando transformar espaços de convivência, colocando a realidade do diálogo e da coletividade em evidência. “Os benefícios da mediação estão relacionados a uma dimensão pessoal, comunitária e institucional, a princípio. Enquanto indivíduo, sinto ser capaz de, auxiliado, promover um diálogo respeitoso e racional, dirigido à expressão de necessidades, sentimentos, interesses e, assim, solucionar determinados conflitos. Como comunidade, cada vez que a violência é substituída pelo diálogo, promove-se a paz”, complementa Igor Barreto.
Na próxima semana, o projeto #NaPausa discute atuação em live formada pela coordenadora de Diagnóstico e Cultura de Paz de Sobral, Emmanuela Cirpriano e pela defensora e supervisora do Núcleo de Solução Extrajudicial de Conflitos (Nusol), Rozane Magalhães. Será dia 22 de setembro, às 15h, sobre “A importância da mediação na solução de conflitos”.


