Tem menos de um ano que Emilton Cabral voltou de São Paulo para recomeçar a vida em Fortaleza. E o primeiro passo dessa caminhada foi dado na Defensoria Pública. Graças a uma parceria da instituição com o Centro Integrado de Segurança Pública (Cisp), ele tornou-se colaborador da célula que o Núcleo Especializado em Execução Penal (Nudep) mantém na sede da DPCE no bairro João XXIII, em Fortaleza.

Lá, Emilton recepciona quem busca atendimento para pessoas presas. Faz uma espécie de triagem para facilitar a assistência que será prestada pela equipe técnica e pelo defensor. Além disso, auxilia em demandas administrativas. É essa a rotina há seis meses, desde que assumiu o cargo. “Já abri meu próprio negócio, fui frentista, gerente, estoquista, vendedor… Como sempre me dei bem com o público, agora uso isso ao meu favor para fazer um bom trabalho aqui na Defensoria”, revela.

Pelas possibilidades que o trabalho na DPCE oportuniza, ele sonha. Depois de seis anos distante, no Sudeste, para onde foi em busca de dias melhores, Emilton quer agora acompanhar de perto o crescimento do filho, hoje um adolescente, e construir um empreendimento. “Antes de entrar na Defensoria, eu estava desempregado. Agora, que tenho salário certo, quero montar um comércio. Mas é pra ele tomar de conta quando for mais velho, não pra mim.”

Além de dedicar tempo ao filho, Emilton tem três passatempos favoritos para as horas vagas, quando está longe da Defensoria: ir ao shopping, à praia e à chácara do padrinho, para ajudar no trato dos animais. Para ele, funciona como uma terapia porque gosta dos bichos e a vida o fez aprender sobre procedimentos veterinários também.

O jovem mora com a irmã no bairro Passaré. No entanto, não planeja permanecer assim por muito tempo. “Gosto de ser feliz, independente da ocasião ou de com quem eu esteja. Não importa o quanto eu tenho ou não tenho, eu trabalho pra ser feliz. Não é pra ser milionário. É pra ser feliz. e eu pretendo ser livre. Eu quero ser livre. Quero viajar! Ter a oportunidade de ir pra outros cantos. Mas tenho que trabalhar muito.”