Defensoria inicia nesta quarta (9) rodas de conversa sobre violência doméstica nas comunidades
A Defensoria Pública Geral do Estado do Ceará (DPCE) promove a partir dessa quarta-feira (9/3) um ciclo de rodas de conversa sobre os perigos da violência doméstica e familiar. A atividade acontece em alusão ao Dia Internacional das Mulheres, celebrado em 8 de março, por intermédio do Núcleo de Enfrentamento à Violência contra a Mulher (Nudem) e da Assessoria de Relações Institucionais (Arins).
O ciclo será composto de quatro encontros, um por semana, onde as defensoras debatem com as mulheres as questões territoriais. O primeiro deles acontecerá com o povo indígena Pitaguary, cujo território fica em Maracanaú, na Região Metropolitana de Fortaleza. As três demais rodas ocorrerão na capital cearense: no loteamento Parque Santana, na Granja Portugal e no Conjunto Ceará.
As mulheres receberão orientações de defensoras públicas e técnicas da DPCE sobre os vários tipos de violência doméstica e familiar, onde buscar ajuda, por que é fundamental denunciar o quanto antes, detalham a Lei Maria da Penha, informam como funciona o Nudem e indicam qual rede de proteção às mulheres vítimas de violência. Além disso, elas terão acesso a uma série de serviços gratuitos.
Participarão do ciclo a unidade móvel do Sine IDT (apenas no dia 9/3), o serviço de saúde do Sesc (as quatro rodas) e o serviço de higiene bucal AME (também as quatro atividades). “As rodas de conversa têm sido feitas pelo Nudem com alguma periodicidade. Em março, essa agenda é intensificada para promover ainda mais a educação em direitos. Quanto mais conscientes forem as mulheres e mais eficiente for a rede de proteção, menos casos de violência teremos”, pontua a assessora de Relações Institucionais da DPCE, defensora Lia Felismino.
Supervisora do Nudem Fortaleza, a defensora Jeritza Braga avalia a realização de atividades em caráter educativo como “cada vez mais importantes” porque muitas mulheres ainda acreditam que a violência só se configura com agressão física. Há, no entanto, outras quatro formas tipificadas na Lei Maria da Penha: moral, patrimonial, sexual e psicológica (essa a primeira e mais recorrente). Todas são graves e devem ser denunciadas.
“Quando a mulher toma conhecimento da violência psicológica, pode evitar as outras. Se ela não sabe o que é violência, se ela acha que faz parte do relacionamento uma conduta machista, de ameaça e controle, ela tende a conviver com aquilo e as situações vão se agravando. Então, é fundamental que a gente fale para pessoas com poder aquisitivo menor, que têm pouco acesso à informação e que viveram em ambiente familiar onde existiu a violência. Porque essas pessoas naturalizam as violências. A gente precisa fazer um trabalho com essas mulheres pra elas entenderem que essas violências não devem se perpetuar, até para evitar que os filhos delas reproduzam esses comportamentos. E a melhor forma de fazer isso é através do conhecimento”, ressalta Jeritza Braga.
SERVIÇO
RODAS DE CONVERSA SOBRE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR
9 DE MARÇO – MULHERES PITAGUARY
Onde: Palhoça do Povo Pitaguary (rua professor José Henrique da Silva, nº 5.888, no Olho D’água, em Maracanaú), de 14 horas às 17 horas.
16 DE MARÇO – MULHERES DO PARQUE SANTANA
Onde: Rua Cinco, nº 1.490, no Parque Santana.
22 DE MARÇO – MULHERES DA GRANJA PORTUGAL
Onde: Rua Nereide, nº 522.
30 DE MARÇO – MULHERES DO CONJUNTO CEARÁ
Onde: Avenida B, nº 701, Primeira Etapa.

