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“Todas as lutas enfrentadas pelos povos indígenas só deixaram nosso povo ainda mais forte”

“Todas as lutas enfrentadas pelos povos indígenas só deixaram nosso povo ainda mais forte”

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No mês que lembra o dia da luta dos povos indígenas, a Defensoria Pública do Estado do Ceará (DPCE), por meio da Escola Superior,  promoveu nessa segunda-feira (25/4) a live #NaPausa – Casos Reais com o tema “Abril Indígena: Assegurando Direitos”. Participaram do momento de conversa a assessora de Relacionamento Institucional da DPCE ( Arins), Daniella Alencar, e a líder do povo Pitaguary e tesoureira da Fepoince, Ceiça Pitaguary.

Daniella ressaltou a importância do movimento indígena para a história do Brasil, dando destaque à constante luta desses povos na garantia dos próprios direitos. “Estamos passando por um momento de muito retrocesso e de muita ameaça quando o assunto é o direito dos povos indígenas. Esse momento é de extrema importância, ainda mais nesse abril indígena de 2022, que marca a volta dos movimentos sociais após quase dois anos de pandemia”, comentou a assessora.

A líder da comunidade indígena destacou um problema antigo enfrentado pelos indígenas: a demarcação de terras. “Muita gente costuma dizer que as terras indígenas representam um atraso para o país; que existe muita terra como propriedade indígena, o que não é verdade. Essa pauta da demarcação é algo vigente, que gera uma certa preocupação, pois muitas vezes a terra indígena é invadida para exploração ilegal de minerais e plantio de transgênicos ”, falou Ceiça.

As convidadas também falaram sobre o marco temporal, decisão que pode definir o rumo de mais de 300 processos de demarcação de terras indígenas em aberto no país. “Aqui no Ceará, temos apenas uma terra indígena com a situação regular e esse projeto que está em julgamento gera uma preocupação grande no nosso povo. O nosso desejo é conseguir regularizar essas terras não só pra gente, mas para as gerações futuras”, compartilhou a líder pitaguary.

No Ceará, a população indígena é estimada em cerca 36 mil pessoas, formada por 15 povos indígenas – Anacé, Gavião, Kanindé, Kariri, Tremembé, Tapeba, Jenipapo-Kanindé, Pitaguary, Kalabaça, Karão, Tapuia-Kariri, Tubiba-Tapuia, Potyguara, Tabajara e Tupinambá, todos distribuídos em 20 municípios, nos domínios de serras, sertão e zona costeira do Ceará.

Outro ponto debatido na live foi a violência, na face urbana e contra a mulher, dentro dos territórios indígenas, algo que vem crescendo nos últimos anos. A assessora da Arins frisou o trabalho que vem sendo feito pela DPCE em conjunto com essas comunidades. “No mês passado, estivemos presentes na aldeia Pitaguary para um momento de conscientização junto com as mulheres indígenas sobre a questão da violência doméstica e familiar. Esse ainda é um assunto muito pouco falado entre esses povos, mas alguns dados vêm chamando nossa atenção e pretendemos continuar com esse trabalho. Outro ponto que a defensoria está trabalhando em prol desses povos é em relação à violência pública. Temos casos de que alguns indígenas chegaram a ser despejados de suas terras por facções criminosas. Então, reforçar a segurança dessas terras é um dos projetos que estamos estudando”, frisou.

Para assistir a live clique aqui.