Defensoria promove palestra sobre impactos do maternar nas relações familiares
Em parceria com a Defensoria Pública Geral do Estado (DPCE), o Instituto Brasileiro do Direito de Família – Ceará (IBDFAM) promoveu nessa quinta-feira (12/5) a palestra “Os Impactos do Maternar nas Relações Familiares”. A atividade teve como convidados o advogado em Família e Sucessões e pós-doutor em Direito, professor Conrado Paulino da Rosa, e a doutora em Direito, professora Joyceane Bezerra de Menezes, que destacou a importância do maternar e das diversas tarefas exercidas pela mulher.
“Hoje, juridicamente falando, a mãe é vista como a principal posição jurídica na estrutura familiar, embora isso pode e deve ser compartilhado com o pai, criando uma rede apoio; afinal, ele é um protagonista desse projeto junto com a mãe, mas isso na prática muitas vezes não acontece. E essa rede de apoio junto do pai deve estar sempre fortalecida. A mulher não deve ser vista com uma multitarefa. Todas as tarefas devem ser divididas. Na pandemia, infelizmente, muitas mulheres ficaram ainda mais sobrecarregadas, o que reforça que a maternagem é desenvolvida de uma maneira solitária, sem a ajuda paterna”, comentou Joyceane.
Já Conrado Paulino enalteceu as mudanças ocorridas em relação ao papel exercido pela mulher na família ao longo dos anos. “Falar sobre a condição do maternar com o homem é algo desafiador. Antes, na sociedade, a figura masculina era vista como a autoridade da família. Isso foi se descontraindo, a mulher passou a ter seu trabalho, muitas passaram a ser a base de suas famílias e a acumular muitas tarefas sem o apoio da figura do pai. Um outro assunto que vem acompanhado do maternar é o da guarda compartilhada, uma vez que mesmo com todas as mudanças ao longo dos anos a responsabilidade maior acaba ficando com a mulher. Muito dificilmente um pai vai renunciar a algo da vida por conta da família. Hoje, a mulher está sobrecarregada, até mesmo nesses casos de separação e guarda compartilhada.”
A supervisora do Núcleo de Resposta do Réu (NURDP) da DPCE e diretora do IBDFAM, defensora Roberta Quaranta, também participou da palestra como debatedora e falou sobre os desafios das mulheres que são mães ainda muito jovens. “Hoje, a figura da mãe ocupa papel central em uma família. E isso traz uma grande responsabilidade em diversos aspectos. Temos cada vez mais mulheres sendo mães jovens e muitas delas não contam com o apoio dos pais dessas crianças. Nesses casos, a figura da avó, que já tem suas responsabilidades como mulher, acaba sendo um apoio para essas mulheres”, pontuou.
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