Defensoras participam de roda com lideranças femininas indígenas e articulam ações com a nova Secretaria
A titular da nova Secretaria dos Povos Indígenas, Juliana Alves, a cacika Irê, teve uma importante discussão com a defensora geral, Elizabeth Chagas, sobre as ações que podem ser traçadas no âmbito de políticas públicas e na defesa dos povos originários do Ceará. Participaram da reunião a supervisora do Núcleo de Direitos Humanos e Ações Coletivas da Defensoria, Mariana Lobo, a assessora de relacionamento institucional da Defensoria, Lia Felismino e o advogado e assessor Lucas Guerra, que atuará na célula da saúde indígena.

A reunião aconteceu na sede das Pastorais da Arquidiocese do Ceará, no centro de Fortaleza, em tempo que a Secretaria ainda define onde será seu local de atuação. A nova pasta, criada pelo governador Elmano de Freitas, segue a diretriz nacional de retomada das políticas públicas aos povos indígenas e de valorização das comunidades tradicionais. Durante a última semana, a Defensoria do Ceará definiu nacionalmente que fará ampla articulação de ações coordenadas e estratégicas na matéria.
Na ocasião, a defensora geral apresentou as pautas como a Defensoria em Movimento, que pode itinerar pelas comunidades indígenas e afinaram a realização do I Mutirão Povos do Siará, que atuará na retificação das etnias nos registros de nascimentos dos povos indígenas. A primeira ação será realizada no território Jenipapo Kanindé, em Aquiraz, e uma reunião ampliada com a comunidade está traçada ainda para fevereiro. “Em relação a essa questão da documentação em si, a gente vai fechar uma data e promover, em conjunto, com a Defensoria este primeiro mutirão. Essa ação é uma política conjunta que devolverá, no papel, o pertencimento do nosso povo aos territórios”, destacou Juliana Alves.

Na sede das Pastorais, a Sepice reunia as principais lideranças femininas das comunidades indígenas do Ceará. Em sua fala para essas lideranças, a defensora geral abriu as portas da Defensoria a todas e suas comunidades, colocando o corpo técnico e os projetos à disposição. “A gente vem aqui falar de direitos e dizer que a Defensoria é a casa de vocês. Mulheres que são lideranças e que vão identificar, em cada território, como podemos auxiliar no nosso míster cada comunidade no acesso à justiça, às políticas e aos direitos”, disse Elizabeth Chagas. Ela apresentou à Secretaria o projeto Todas Somos Uma, que trouxe mulheres e lutas feministas como tema para o ano de 2023, inclusive recontando a trajetória da Pajé Raimunda, do povo Tapeba, de Caucaia.
Juliana agradeceu o esforço de órgãos de defesa dos povos originários destacando que será parceira. “Faço questão de frisar que estaremos lutando ao lado de órgãos como a Defensoria e essa é a nossa primeira reunião de muitas que virão”, destacou a nova secretaria, que é liderança do povo Jenipapo-Kanindé.



