
Campanha feminista da Defensoria Pública encerra após levar exposição a 5 cidades e ganhar 2 prêmios nacionais
Texto: Bruno de Castro & Fernanda Aparecida (estagiária em jornalismo)
Fotos: ZeRosa Filho
Ilustrações: Diogo Braga
A campanha “Todas Somos Uma”, promovida pela Defensoria Pública do Ceará (DPCE) para enaltecer lutas feministas e reconhecer a relevância das trajetórias de mulheres ativistas dos direitos humanos, encerrou as atividades no último dia 31 de dezembro após intensa programação durante todo o ano de 2023.
No formato de exposição, o projeto ficou aberto à visitação pública em sete equipamentos de Fortaleza, além de passar pelas cidades de Maracanaú, na Região Metropolitana da capital, Acopiara, no Centro Sul do Estado, Redenção, no Maciço de Baturité, e Crato, no Cariri. Foram, ao todo, portanto, 12 locais de exibição das peças, já que os três campi cearenses da Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-brasileira (Unilab) receberam a campanha.

Na Capital, a exposição esteve na sede da Defensoria, North Shopping Jóquei, North Shopping Fortaleza, Via Sul Shopping, Casa da Mulher Brasileira, Assembleia Legislativa do Estado (Alece) e Complexo Cultural Estação das Artes (antiga Praça da Estação). Recebeu, somente nesse último espaço, mais de 28 mil visitantes.
Além de ter chegado a cinco municípios, a campanha foi nacionalmente reconhecida como de grande relevância na área dos direitos humanos ao ser eleita a segunda melhor mídia digital do Brasil no Prêmio Nacional de Comunicação e Justiça (PNCJ), promovido pelo Fórum Nacional de Comunicação e Justiça (FNCJ). Em dezembro, o projeto ganhou o Prêmio Gandhi de Comunicação, que promove a cultura de paz, como terceiro melhor produto de conteúdo on-line.

Uma das idealizadoras do projeto, a ex-defensora geral Elizabeth Chagas diz que “Todas Somos Uma” é o tipo de iniciativa que enaltece a força das mulheres e inspira outras a também reivindicarem uma sociedade mais justa e igualitária. “Esse foi um projeto que alcançou muita gente. Se tiver tocado o coração de uma só pessoa, já vai ter valido a pena. Mas tenho certeza de que sensibilizou muito mais. Porque são histórias impactantes e, ao mesmo tempo, sensíveis. Essas mulheres são revolucionárias”, destaca.
AS HOMENAGEADAS
Estrelam a campanha: Luma Andrade, a primeira travesti doutora do Brasil; Maria Luíza Fontenele, a primeira prefeita de uma capital do Brasil; Nildes Alencar, ex-presidenta do Movimento Feminino pela Anistia; Damiana Bruno, integrante do MST; Matilde Ribeiro, primeira ministra da Igualdade Racial do Brasil; e Gabriella Pinna, integrante da Pastoral Carcerária;
E ainda: Katiana Pena, presidenta de projeto social no Grande Bom Jardim; Raimunda Tapeba, liderança indígena; Lucinaura Diógenes, presidenta do Instituto Bia Dote – de prevenção ao suicídio; Dina Maria, primeira vaqueira do Ceará; Antônia Araújo, integrante do Movimento Negro; e Valéria e Verônica Carvalho, cofundadoras do Grupo de Valorização Negra do Cariri (Grunec).
As trajetórias dessas 13 mulheres são retratadas em um site criado pela Defensoria especialmente para o projeto (para acessar, clique aqui). A página reúne reportagens, entrevistas, ensaios fotográficos e pequenas videobiografias. “O ‘Todas’, como a gente carinhosamente chama essa campanha, une mulheres diversas, de lutas em trincheiras diferentes mas que, juntas, caminham em prol de um mesmo futuro: o da equidade. Ao promover essas histórias, a gente quer fortalecer a voz feminina e destacar a importância da defesa dos direitos das mulheres”, pontua a defensora geral Sâmia Farias.

O PROJETO
Para narrar todas as histórias, a equipe de Comunicação da Defensoria percorreu, em três semanas, quase 2.500 quilômetros entre Fortaleza, Limoeiro do Norte, Caucaia, Canindé, Redenção e Crato. Foram captadas 17 horas de entrevistas, que também geraram cartões-postais e a agenda institucional da DPCE para 2023.