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Defensoria atua como assistente de acusação no julgamento do caso Paulo Victor. Tribunal do Júri acontece quinta (27)

Defensoria atua como assistente de acusação no julgamento do caso Paulo Victor. Tribunal do Júri acontece quinta (27)

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Texto: Bianca Felippsen

A Defensoria Pública do Estado do Ceará, por meio da Rede Acolhe, atuará como assistente de acusação no julgamento do policial militar acusado de assassinar o adolescente Paulo Victor Silva de Oliveira, de 16 anos, morto no dia 24 de julho de 2022, durante uma operação policial no bairro Mondubim, em Fortaleza. O julgamento está marcado para esta quinta-feira, 27 de março, às 8h, no Fórum Clóvis Beviláqua.

No mesmo horário, será realizado um ato de vigília, em frente ao Fórum, organizado por familiares, amigos e entidades da sociedade civil. A Defensoria Geral estará presente. A mobilização tem o objetivo de manifestar solidariedade à família de Paulo Victor e cobrar justiça para o caso, lamentavelmente, mais um episódio de violência policial registrado.

A atuação da Defensoria, ao lado do Ministério Público do Estado, busca assegurar que os familiares tenham a amplitude de sua voz, contribuindo para um processo justo e transparente. A instituição atua ao lado das vítimas de violência por meio da Rede Acolhe que surgiu com o caso da chacina do Curió, oferecendo assistência jurídica e acompanhamento multidisciplinar às mães, familiares e amigos das vítimas. O projeto é referência no Brasil nesta atuação

“A Rede Acolhe surgiu para preencher uma lacuna existente não apenas na Defensoria, mas em todo o sistema de justiça, que até então não oferecia atenção adequada às vítimas da violência. Neste contexto, a Defensoria do Ceará foi a primeira do País a estruturar um núcleo específico para acolher essas vítimas, atendendo a uma recomendação do Comitê de Prevenção e Combate à Violência da Assembleia Legislativa. Hoje é referência nesta atuação e atende em sua maioria, mães, irmãs e avós em busca de amparo e orientação psicossocial e jurídica. Com o Acolhe, criamos fluxos, protocolos de atendimento e fortalecemos essa rede de cuidado, porque, como o próprio nome diz, é preciso acolher e sustentar a luta por justiça dessas famílias”, explica a defensora geral do Estado, Sâmia Farias. 

A Defensoria cumpre o dever constitucional de atuar em defesa da dignidade, da legalidade e da memória de uma vítima que teve sua vida interrompida de forma brutal. “A presença da instituição como assistente de acusação reafirma o compromisso com a defesa dos direitos humanos e com o acesso à justiça para todas as pessoas, especialmente aquelas em situação de maior vulnerabilidade”, complementa a defensora.

O caso – Paulo Victor foi morto a tiros, no dia 24 de julho de 2022, no bairro Mondubim,  vítima de uma operação policial. De acordo com testemunhas e imagens de câmeras de segurança, o adolescente foi morto por policiais militares próximo a sua casa, quando saía para comprar um creme dental. Ele estava desarmado e o crime tem como testemunhas os vizinhos. Registros em vídeo mostram que os agentes chegaram ao local já atirando, sem qualquer confronto visível.