Apadrinhamento: é possível acolher sem adotar!
Mais um ano se encerra e mais uma vez é época de recomeçar, compartilhar, doar e ser melhor que no ciclo que se conclui. Pensando nisso, a Defensoria Pública do Estado do Ceará (DPCE) promoveu ao longo do mês de dezembro a quarta edição do “Natal Solidário Para os Abrigos – Adote uma cartinha”, que visa a adoção dos sonhos de Natal de crianças e adolescentes que hoje estão em acolhimento institucional de Fortaleza.
Vínculo, afeto, amor, empatia. Essas são algumas palavras que traduzem o que é a campanha “Natal Solidário Para os Abrigos”. As defensoras públicas do Núcleo de Atendimento da Defensoria Pública da Infância e da Juventude (Nadij) explicam que há diversas pessoas que não desejam ou não se sentem em condições de adotar, mas que querem ajudar a melhorar a vida de crianças e adolescentes que estão em entidades de acolhimento. Para essas pessoas, existem diversos projetos da Defensoria que visam contribuir para tanto.
Um destes projetos é a campanha de adoção de cartinhas promovida pelo Nadij. Na edição deste ano, cerca de 280 crianças e adolescentes institucionalizados em 21 abrigos de Fortaleza terão seus desejos de natal realizados. Para que isso se tornasse realidade, mais de 150 padrinhos e madrinhas se “vestiram do bom velhinho” e fizeram a magia do natal acontecer. A entrega de presentes será feita entre os dias 22 e 23 de dezembro nos abrigos.
A recém chegada ao Nadij, a defensora pública Jacqueline Torres, destaca que a campanha é belíssima e importante para aquecer o coração dos pequenos nesse período que estamos passando. “Quando cheguei no núcleo, a campanha já estava em andamento e estar conhecendo o trabalho de cada um por perto é imensurável. É muito importante essa participação de todos, pois essas crianças não possuem um apoio familiar. Embora esse gesto seja pequeno e simples para nós, o efeito que ele trás para aquelas crianças é gigantesco”, conta.
Neste ano, a adoção das cartas foi de forma virtual. Um site reuniu todas as cartas e informações do presente, dando inclusive mais de uma opção, feita pela criança, sob orientação das coordenadoras dos abrigos. A defensora ressalta ainda que o site adotado neste ano facilitou o processo e gerou uma maior adesão aos interessados.
A servidora pública Beatriz Costa Ribeiro se tornou a Noel para o pequeno Bruno de 13 anos. Ela conta que imaginar o sorriso enorme do menino ou menina ao rasgar o embrulho foi o que a motivou a participar da campanha. “Como qualquer criança, eles merecem guardar boas lembranças de um Natal feliz”, diz. “Iniciativas como essa da Defensoria oferecem uma oportunidade de alegrar, dar conforto e esperança a jovens que se encontram institucionalizados”, acrescenta.
Vale lembrar que mesmo após o término da campanha existem outras formas de apadrinhar crianças e adolescentes que estão em unidades de acolhimento. Desde 2015, o programa Apadrinhamento de Crianças e Adolescentes Acolhidos, regulamentado pela resolução nº 13/2015 do Tribunal de Justiça do Ceará e idealizado por defensores públicos, vem contribuindo para modificar a realidade.
Existem três formas de se engajar no programa e se tornar padrinho/madrinha de uma dessas crianças e jovens: O apadrinhamento afetivo — que significa integrar a rotina da criança com as atividades escolares e de lazer; o financeiro — que contribui com valor para atender as necessidades daquela criança/jovem, e, por fim, o de prestação de serviços — que é a colaboração voluntária nas atividades que auxiliem no desenvolvimento das crianças e adolescentes.
A resolução define as atividades, os perfis dos voluntários à função de padrinho, entre outras, padronizando os programas de apadrinhamento. O programa de apadrinhamento visa também estimular a adoção de crianças e adolescentes que se encontram há longo tempo em situação de acolhimento institucional, em especial as chamadas “adoções tardias”, de grupos de irmãos e de crianças e adolescentes com problemas de saúde.
“O programa foi elaborado a partir de sugestões dos responsáveis pelos abrigos, que acreditam, que o relacionamento exterior das crianças contribui para sua socialização e visa fazer com que essas crianças, que fazem parte de um perfil considerado de difícil adoção, tenham a oportunidade de conhecer uma vivência familiar e, ao passo, possam ampliar as possibilidades de adoção”, destaca a defensora pública Julliana Andrade, supervisora do Nadij.
Para aqueles que desejarem se tornar padrinhos ou madrinhas podem entrar em contato pelo telefone 85 3488.6002 e também por e-mail: apadrinhamento@tjce.jus.br. Além disso, podem esclarecer dúvidas no Núcleo de Atendimento da Defensoria Pública da Infância e da Juventude. Caso uma pessoa que integre o programa venha a ter interesse em adotar é necessário se habilitar no cadastro e respeitar a fila, além de saber que não necessariamente irá adotar a criança apadrinhada.
Serviço:
NÚCLEO DE ATENDIMENTO DA DEFENSORIA PÚBLICA DA INFÂNCIA E DA JUVENTUDE – NADIJ
E-mail: nadij@defensoria.ce.def.br
Celular: (85) 99220-4953 – 8h às 14h (WhatsApp)
Celular: (85) 98895-5716 – 14h às 16h40 (WhatsApp)

