 
			Ceará com Direitos realiza mais de 250 atendimentos no Bairro São João do Tauape
TEXTO: JULIANA BOMFIM
FOTO: LARISSA MORENA
Quando viu a carreta da Defensoria estacionada na rua em que mora, Maria Elenice da Silva Paula enxergou uma luz no fim do túnel. Desde que o médico do posto de saúde disse que o marido dela precisava de acompanhamento psiquiátrico, já são mais de quatro anos à espera de uma consulta. Sem tratamento, o quadro tem se agravado. “Um dia, ele perdeu o sentido e o médico do posto nem quis ver, mandou ir direto pro ‘hospital mental’. Ficamos três dias, ele estava tendo umas visões, uma alucinação muito forte, até que foi transferido para o hospital São Vicente de Paulo, onde ele ficou internado por 14 dias”, relembra.
Maria Elenice trabalha na cozinha solidária do Ceará Sem Fome, iniciativa do Governo do Estado voltada para pessoas em situação de extrema pobreza que também contam, desde maio de 2025, com o programa Ceará com Direitos, da Defensoria Pública do Estado do Ceará (DPCE). A terceira edição do projeto foi realizada de 6 a 8 de outubro, no bairro São João do Tauape, com a participação de seis defensores e o total de 252 atendimentos.
Também participaram da ação, a Defensoria Pública da União (DPU), a Empresa de Transporte Urbano de Fortaleza (Etufor), Balcão da Cidadania da Secretaria da Justiça e Cidadania, Sine IDT, SindiÔnibus, Procuradoria da Mulher, equipes do Giro Pet, Centro de Referência da Assistência Social (CRAS) e do Cadastro Único para Programas Sociais (CadÚnico).
Durante sua visita ao Ceará com Direitos, a defensora pública geral Sâmia Farias destacou a importância da iniciativa para garantir a cidadania das populações mais vulneráveis. “Entendemos que os beneficiários do Programa Ceará sem Fome necessitam de muito mais do que um prato de comida, ampliamos mais esse projeto e agregamos parceiros importantes. Estamos aqui para estimular que essas pessoas tenham autonomia, que conheçam os seus direitos e que resolvam também as pendências legais”, afirma.
Foi o caso da aposentada Amaurília Martins dos Santos, que solucionou uma pendência de mais de quatro décadas. “Estava achando a minha carteira de identidade muito velhinha e vim aqui no caminhão pra ver se dava certo tirar outra. Aí a moça falou que eu tinha que pedir um ofício para levar para o cartório e mudar a minha certidão de casamento. Eu tinha que ter feito isso quando eu fiquei viúva, há 43 anos”, explica.
 
        