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Defensoria Pública garante na justiça cirurgia de urgência em homem de 36 anos após acidente de moto

Defensoria Pública garante na justiça cirurgia de urgência em homem de 36 anos após acidente de moto

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TEXTO: SAMANTHA KELLYY, ESTAGIÁRIA DE JORNALISMO SOB SUPERVISÃO 

A Defensoria Pública do Estado do Ceará garantiu na justiça que Sebastião Juberlandio, de 36 anos, realizasse a cirurgia de correção/descompressão de plexo braquial. A cirurgia tem como objetivo restaurar a função dos nervos danificados e aliviar sintomas como fraqueza, dor e perda de sensibilidade. 

Sebastião procurou a DPCE em agosto de 2024 e aflito contou que tinha sofrido um acidente de moto e com isso rompeu o tendão do braço esquerdo e, se não realizasse a cirurgia em menos de um ano, poderia perder o movimento do braço. Ele ainda relatou que ouviu de um profissional de saúde que não valeria a pena buscar seus direitos, pois não daria tempo de realizar a cirurgia por causa da fila de espera do Sistema Único de Saúde (SUS).

“Ele simplesmente olhou para mim, viu os traumas que eu tinha sofrido e disse: ‘você anda, você come, você fala. Seu braço esquerdo não é sua vida não, pode viver’. Aí eu saí desesperado de lá”, contou.

A defensora pública Clara Sampaio Lasserre, da comarca de Icó, realizou o primeiro atendimento. Ela entrou com a ação de tutela de urgência para realização da cirurgia, porém houve negativa do Juízo de 1ª instância. Com a urgência do caso, a defensora protocolou Recurso de Agravo de Instrumento no Tribunal de Justiça do Estado do Ceará. 

Em setembro de 2024, a juíza Elizabete Silva Pinheiro da 3ª Câmara de Direito Público determinou que o Estado do Ceará providenciasse, no prazo de 15 dias, o fornecimento da cirurgia solicitada ou caso não houvesse vaga na rede pública, que custeasse as despesas necessárias em hospital ligado à rede privada, conforme prescrição médica, sob pena de  multa diária no valor de R$ 500,00 e, em caso de descumprimento, com limite de R$ 30.000,00. 

Com a decisão em mãos, Sebastião realizou o procedimento e retornou à sede da Defensoria em Icó para agradecer. “Procurei a Defensoria e fui muito bem recebido pela Dra Clara e pelo Dr Felipe e pela recepcionista. Contei a minha situação e, graças a Deus, ela conseguiu. Foi uma maravilha. Só tenho a agradecer a Deus e a toda a equipe, que me ajudou muito”, disse ele se recuperando da cirurgia, mas longe do risco de ficar sem movimentos.

“A Defensoria Pública está fazendo o que nasceu pra fazer: mudar vidas, ajudar a alterar o curso de uma história que parecia que já estava destinada a ter um fim triste para o nosso assistido, que, por ser uma pessoa vulnerável, não tem o acesso à saúde facilitado”, afirma a defensora. Ela lamenta a declaração do profissional que desencorajou Sebastião. “Não é incomum que as decisões judiciais acabem sendo proferidas quando direitos já foram violados. Mas nem sempre é assim, e a Defensoria trabalha seriamente para conseguir obter a efetivação dos direitos dos assistidos da forma mais célere possível”, assegura.

A defensora ainda orienta que, em casos relacionados à saúde, a população procure a sede da DPCE mais próxima, levando documentos pessoais, laudos médicos que comprovem a necessidade do procedimento, cartão do SUS e comprovante de residência.