Posso ajudar?
Posso ajudar?

Site da Defensoria Pública do Estado do Ceará

conteúdo

Defensoria Pública participa de audiência com as mães vítimas de violência

Defensoria Pública participa de audiência com as mães vítimas de violência

Publicado em

A Defensoria Pública Geral do Ceará participou nesta quinta-feira (19/05) da reunião técnica sobre o tema “Responsabilidade do Estado em casos de mortes por intervenção policial e/ou no sistema prisional”, realizada pela Comissão de Direitos Humanos e Cidadania (CDHC) da Assembleia Legislativa do Estado do Ceará (Alece), proposta pelo presidente do colegiado, deputado Renato Roseno (Psol).

O debate aconteceu no Complexo de Comissões Técnicas da Casa e teve a presença da defensora pública geral, Elizabeth Chagas, do também defensor público Vicente Alfeu, hoje cedido para a Controladoria Geral de Disciplina (CGD), e a assessora de Relacionamento Institucional, Lia Felismino.

Estavam presentes na Assembleia representantes de 70 coletivos de diversos estados do Brasil para reivindicar justiça pelos seus filhos, pontuando que a morte de crianças e adolescentes por violência policial não se limita apenas ao Ceará. “Sete anos da chacina do Curió e nenhuma resposta foi dada, muito pelo contrário. Aonde chegamos, o Estado, às vezes, quer fechar as portas para nós, não querendo nos receber e ouvir. Isso é muito adoecedor para qualquer mãe, em qualquer situação”, compartilhou Edna Carla, Representante do Movimento de Mães e Familiares do Curió.

Na abertura da reunião técnica Renato Roseno ressaltou que a CDHC tem realizado trabalho de acolhimento, denúncia e, sobretudo, reivindicação. “Temos buscado justiça. Justiça não é vingança, é a responsabilização, seja no âmbito individual ou institucional – ou seja, no Estado –, das violências que foram cometidas”, frisou. Roseno salientou ainda que a busca por reparação vai além da responsabilização criminal e visa ao acompanhamento psicossocial dos familiares das vítimas.

Elizabeth Chagas, defensora pública geral, solidarizou-se com as mães das vítimas e afirmou que a Defensoria Pública do Ceará está à disposição das famílias, informando que o órgão conta com a Rede Acolhe, que presta assistência às vítimas de violência no Ceará. “Sei que isso devasta toda a família, isso marca toda uma existência, e a família precisa ser reconstruída e unir forças”, assinalou

Entre os encaminhamentos da reunião destaca-se o pedido de apoio à criação do Sistema Estadual de Combate à Tortura e a recomendação à governadora do Estado do Ceará – com base em recomendações do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) – da estruturação do Mecanismo Estadual de Prevenção e Combate à Tortura e a criação da Ouvidoria Externa Independente para Coleta de Denúncias no sistema de privação de liberdade.

Também foi requerido, ao Ministerio Público, uma reunião para verificar lacunas; à CGD, dados sobre o andamento das denúncias e programas de prevenção à violência policial; à Defensoria Pública, fortalecimento da Rede Acolhe e do Núcleo de Atendimento às Pessoas em Privação de Liberdade; e à Pefoce, autonomia na elaboração do laudo sem a presença do policial condutor ou penal.

Também participaram da reunião Alessandra Félix, do Coletivo Vozes de Mães e Familiares do Sistema Socioeducativo e Prisional do Ceará; Maria do Socorro Portela Alves, delegada da Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS/CE); Leila Paiva, presidenta da Comissão de Direitos Humanos da OAB/CE; Mariana Barbosa, delegada de Detenção do Comitê Internacional da Cruz Vermelha em Fortaleza; e Erick Rastelli, assessor de proteção do Comitê Internacional da Cruz Vermelha.