DPGE recebe visita guiada com estudantes da Faculdade Ari de Sá
Na manhã da última sexta-feira (17 de junho), a Defensoria Pública do Estado do Ceará (DPGE) realizou uma visita guiada com alunos do primeiro semestre do curso de Direito da Faculdade Ari de Sá. A iniciativa é uma parceria do Núcleo de Estágio e da Escola Superior da Defensoria Pública (ESDP) junto às instituições de Ensino Superior (IES) que visa apresentar a Defensoria e suas atribuições aos estudantes.
A defensora pública Roberta Quaranta, diretora da ESDP, ressaltou a importância da ação para os envolvidos. “O projeto é salutar, pois retrata para os estudantes de Direito a visão de Defensoria, ou seja, uma preocupação com o lado social, com a prestação de uma justiça gratuita efetiva, célere e realmente comprometida com a resolução dos problemas e com a transformação social”.
Os estudantes visitaram o Núcleo Central de Atendimento (NCA) e tiveram a oportunidade de observar como funcionam os núcleos especializados, além de ter esclarecimentos sobre as principais demandas, trâmites processuais e rotina de trabalho de um defensor público e dos estagiários da instituição. A visita também contou com a presença da supervisora do NCA, Andréa Rebouças e da supervisora do Núcleo de Estágio, Sâmia Costa Farias Maia.
A visita foi finalizada com uma palestra com o tema “O que é a Defensoria Pública?”, no auditório Jesus Xavier de Brito, com a defensora pública Amélia Rocha que pontuou: “Há um ditado que diz que é preciso cuidar do fogo do telhado do vizinho nem que seja para cuidar do nosso. Por mais que a Defensoria Pública tenha crescido muito nos últimos anos dez anos e hoje exista uma nova instituição, ela ainda é comumente confundida com uma instituição caritativa e a Defensoria não é e nunca foi uma instituição caritativa. Ela é órgão que a constituição criou para garantir a todos e todas o mesmo ponto de partida e na formula do estado democrático de direito, a Defensoria Pública tem uma grande função na transformação social. Nesse sentido, a iniciativa é importante por vários caminhos, por assim dizer. A primeira delas é o alicerce. Um grande prédio ele se constrói a partir do alicerce. Então o primeiro e o segundo semestre da faculdade acabam moldando todo o caminho que vai ser trilhado na universidade”.
De acordo com a coordenadora do curso de Direito da Faculdade Ari de Sá, Marlene Pinheiro Gonçalves, a visita proporcionará um grande impacto na formação desses estudantes: “A Defensoria Pública representa para qualquer estudante de Direito e também para a instituições de ensino o encontro entre a sociedade e o estudo jurídico e, nesse sentido, é um dos primeiros órgãos públicos que nós queremos aproximar dos nossos alunos para construir essa sensibilidade em relação ao Direito, pois a área jurídica não é só a questão do dinheiro, do trabalho burocrático, mas é um trabalho social. A Defensoria é o meio de acesso à justiça e hoje nossos alunos tiveram a oportunidade de observar isso de fato”, ponderou.
Dentre todos os núcleos visitados pela estudante Renata Magalhães Ribeiro, 18, o que mais despertou sua atenção foi o Núcleo da Saúde. Segundo a estudante, o entusiasmo e a atenção dedicada aos assistidos rendeu sua admiração: “Tive a oportunidade de saber um pouco mais sobre como funciona cada setor, mas o que realmente chamou a atenção foi o atendimento atencioso e que realmente busca atender as necessidades das pessoas. Na verdade desde já despertou meu interesse em fazer parte dessa instituição, não é um desejo futuro, o impacto foi imediato”, comentou.
O também estudante Renan Bezerra, 18, se surpreendeu com o trabalho realizado pelos defensores e lamentou o número insuficiente de defensores públicos para atender à população. “A deficiência ainda existe em relação ao número de defensores públicos e o quanto a função que ele exerce é essencial para melhorar a vida da população mais carente. Querendo ou não, mesmo sendo o defensor mais dedicado, o número insuficiente de defensores públicos atrasa o desenvolvimento das melhorias sociais com relação ao esclarecimento da população em relação aos seus direitos”, destacou.
O estudante tem interesse em trabalhar com ressocialização de detentos e direitos humanos e fala sobre seus planos: “Antes de entrar na faculdade, eu já tinha uma ideia do que eu queria. Depois de conhecer melhor, há uma grande chance de futuramente eu prestar concurso para Defensoria Pública e antes disso, atuar como voluntário até que eu possa concorrer a uma vaga de bolsista. Esses são meus planos, o foco é estudar para realmente ser um defensor público. Eu vejo o quanto a parcela carente precisa dessa assistência e desse reconhecimento e meu intuito é levar informação para quem precisa e trazer essa consciência também, porque esse é o papel do defensor público e por isso me identifico com a profissão”, conclui.