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Comunicação violenta tem levado à polarização do País, analisam jornalista e defensora pública 

Comunicação violenta tem levado à polarização do País, analisam jornalista e defensora pública 

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Uma comunicação eficaz e com empatia. Esta é a base da comunicação não-violenta, conceito desenvolvido pelo psicólogo Marshall Rosenberg, nos anos 1960. “Se a gente está em uma comunicação saudável, essa comunicação tem de ser um vetor de transformação”, acredita a defensora pública Eveline Pierre que mediou a conversa na última sexta-feira, dia 9 de abril, sobre “Comunicação não-violenta e direitos humanos”,  conduzida pela jornalista da Defensoria, Camila Holanda, e que recebeu a também jornalista Kamila Fernandes, doutora em Estudos da Comunicação e coordenadora do curso de Jornalismo da Universidade Federal do Ceará (UFC).

Eveline explica que a comunicação não violenta é base dos atendimentos da Defensoria Pública do Ceará, onde se deve trabalhar nesta perspectiva, “Temos de ser um vetor de transformação e empatia.  Os assistidos têm de sair transformados do atendimento, no sentido de ter mais conhecimento, e conhecimento gera autonomia para que estas pessoas possam tomar melhores decisões”, acredita.

Durante a conversa, a jornalista Camila Holanda contextualizou que a comunicação violenta pode ocorrer em diversos âmbitos da vida social, como dentro de um relacionamento amoroso, na família, no trabalho, no jornalismo, na política, na educação. “Podemos refletir, neste espaço, sobre que outras formas temos de pensar essas comunicações”, estimula. Eveline reforça que trabalha com a técnica dos três Cs: contato, compaixão e conhecimento. “Se eu usasse uma comunicação que desdenha do sofrimento alheio, que tira daquela pessoa a capacidade de se desenvolver, de tomar uma decisão, eu estaria entrando em uma comunicação violenta”, acredita.

A jornalista e professora Kamila Fernandes traz o ponto de vista jornalístico. “A gente tem visto a incidência da comunicação violenta que tem levado ao que a gente chama de polarização, intolerância e autoritarismo”, observa sobre o cenário brasileiro. A professora analisa que, em vários níveis, as pessoas passaram a aderir à comunicação violenta como uma estratégia de não diálogo e de atacar o outro. “Isto está vindo de fontes muito poderosas e as pessoas estão replicando este comportamento. No ambiente midiático, isso também acontece. Quando a gente pensa em violência pela comunicação, de cara, vêm todas as fake news que circulam, que provocam reações que levam a mais violência”, acredita.

“A comunicação pode mobilizar muita coisa, como transformações sociais, situações positivas, conscientização, cidadania e também pode provocar situações de violência”, avalia a jornalista. “O medo afasta. O medo não é bom. a gente tem de mudar esse ciclo, e ter a democracia que nós tínhamos”, pondera.

A live está disponível na plataforma IGTV e pode ser assistida no link https://www.instagram.com/tv/CNdZWsHip7-/ .