Defensoria integra campanha de ativismo pelo fim da violência contra as mulheres
Nesta semana, inicia mais um período para chamar a atenção sobre a violência contra as mulheres. Trata-se de uma mobilização educativa e de massa que luta pela erradicação da violência e pela garantia dos direitos humanos das mulheres. Conhecido como 16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra as Mulheres, a iniciativa foi criada em 1991, por 23 feministas de diferentes países, reunidas pelo Centro de Liderança Global de Mulheres (CWGL), localizado nos Estados Unidos. Atualmente, acontece em 159 países, com início no dia 25 de novembro (Dia Internacional da Não-Violência contra as Mulheres), mas no Brasil, são 21 dias de ativismo, então em 20 de novembro, Dia da Consciência Negra, começam as campanhas feministas que seguem até o dia 10 de dezembro.
No Ceará, o Núcleo de Enfrentamento à Violência contra a Mulher (Nudem) da Defensoria Pública tem sede em Fortaleza e na Região do Cariri e conta com defensores públicos e uma equipe psicossocial para atender as demandas das mulheres vítimas de violência doméstica e familiar. De janeiro a outubro de 2020, o Nudem registrou 5.106 procedimentos. Cada vítima que procura o órgão pode abrir mais de um procedimento que visa a reparação e garantia de direitos, a exemplo de ações de divórcio, pensão alimentícia e processos criminais.
Além da assistência jurídica, a Defensoria oferece serviço psicológico às vítimas. Nos últimos anos, os números aumentaram 98,8%, passando de 1.356 atendimentos em 2018 para 2.696 no ano de 2020. A defensora pública e supervisora do Nudem Fortaleza, Jeritza Braga, destaca que a violência psicológica é uma das mais recorrentes e invisíveis na vida destas mulheres. “Por ser de difícil identificação, a violência psicológica, na maioria dos casos, é negligenciada até por quem sofre – por não conseguir perceber que ela vem mascarada pelo ciúmes, controle, humilhações, ironias e xingamentos. Muitas vezes, ela precede a violência física. Por isso é tão importante abordarmos sobre o assunto desde cedo na formação de crianças e adolescentes, alertando sobre os relacionamentos abusivos”, destaca a supervisora.
Durante os 21 dias de ativismo pelo fim da violência contra as mulheres, o Nudem alerta sobre a necessidades de ouvir as vítimas e sobreviventes e, principalmente, colocar fim à cultura do silêncio. “Precisamos fazer com que as pessoas percebam o significado e a importância de conseguirmos diminuir esses números alarmantes. As mulheres precisam conhecer quais são as situações de violência, porque muita gente ainda acha que é só a física ou a sexual, mas não é. Qualquer conduta que cause dano emocional, que diminua a autoestima da mulher, que prejudique seu pleno desenvolvimento é sim um ato violento. E ele não acontece só dentro de casa não, acontece nas escolas com as adolescentes, acontece no ambiente do trabalho, acontece nas ruas, no transporte público. A campanha vem mostrar que as mulheres podem sim romper esse ciclo de violência e oferecer informações para que elas entendam seus direitos e que elas não estão sozinhas, existe uma rede de proteção para dar os encaminhamentos necessários e enfrentar essa situação absolutamente complexa”, reforça Jeritza Braga.
A Defensoria Pública vai participar da programação da Secretaria de Proteção Social, Justiça, Cidadania, Mulheres e Direitos Humanos (SPS). O evento acontecerá de forma virtual, no dia 25 de novembro de 2020, de 14 às 17 horas, por meio da plataforma digital Google Meet, com transmissão ao vivo pelo Canal do YouTube da SPS. O objetivo é discutir, informar e conscientizar sobre o tema, além de mobilizar todas e todos para o seu enfrentamento, convocando a sociedade a refletir sobre a violência sofrida pelas mulheres, onde contaremos com exibição de documentário, debates e apresentações culturais.
Serviço
Núcleo de Enfrentamento à Violência contra a Mulher – Nudem
Rua Tabuleiro do Norte, S/N, Couto Fernandes (Casa da Mulher Brasileira).
(85) 3108-2986
