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“É a felicidade que traz o sucesso, não o contrário”, diz psicólogo no #NaPausa

“É a felicidade que traz o sucesso, não o contrário”, diz psicólogo no #NaPausa

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A edição dessa quarta-feira (29/4) do #NaPausa pautou um dilema recorrente à existência humana: a felicidade. Em transmissão ao vivo no perfil da Associação dos Defensores Públicos do Ceará (Adpec) no Instagram (@adpec), o psicólogo Diego Burger conversou com a supervisora da Defensoria Pública do Estado (DPCE) em Sobral, Emanuela Leite, sobre “Como cultivar a felicidade num país desigual.”

Segundo ele, indivíduos com conexões sociais fortes tendem a viver dez anos mais do que quem não tem amigos, vínculos e hábitos que trazem alegria. “Dinheiro e felicidade estão ligados só até certo ponto. Existem pessoas muito pobres muito felizes e pessoas ricas com problemas. A depressão está aumentando pela falta de capacidade da gente de responder a certas questões. Por isso que muitas pessoas sentem falta de um sentido na vida delas e se questionam o que as motiva. A gente precisa entender que é a felicidade que traz o sucesso, não o contrário”, pontuou Diego Burger.

Pesquisador da felicidade, o psicólogo já morou no Butão, país no extremo oeste do Himalaia, na Ásia Meridional, tido como referência mundial em políticas públicas para o bem-estar. Lá, o sistema democrático prioriza a Felicidade Interna Bruta (FIB) da população em vez do Produto Interno Bruto (PIB).

“Parece óbvio, mas nenhum outro país fez. Começaram a medir a felicidade da população e a tomar decisões a partir disso. Mas a FIB não é o contrário do PIB. Quase 80% das ações de um aumentam o outro. A questão é como implementam isso. Eles criaram uma comissão do FIB. Esse grupo mede qualquer coisa que querem fazer, ouve especialistas… Pra eles, uma das falhas da democracia é a troca de favores. No Brasil, isso é clássico. Aqui, se pensa projetos pra um mandato e não como política pública, de Estado”, analisou Burger.

A busca pelo mito da felicidade constante também foi discutida. “Essa busca incessante pode ser sinal de doença. Porque momentos de felicidade são sopros e momentos de descontentamento fazem parte da nossa jornada. Naturalmente, as conquistas se normalizam e você já precisa partir pra outra. E partir não no sentido da insatisfação, mas de sempre ter algo em construção. A pandemia que estamos vivendo está nos mostrando que a gente ainda tem uma longa caminhada pra aprender a como viver em comunidade. Que eu não vou ter bem-estar a longo prazo se a coletividade não estiver sadia”, frisou a defensora Emanuela Leite.

Para Diego Burger, é fundamental a consciência de que “não existe milagre para ser feliz”. Ele ponderou: “Não tem mágica pra resolver tudo. Nunca foi assim e nunca vai ser assim. A inteligência emocional define a tristeza como um componente importante. O que tem que ser cultivado é o estar bem com o processo. Você fica triste com um fato, mas cultiva a felicidade como um todo.”

Conforme o psicólogo, nunca vai existir o momento de celebrar tudo porque nunca um indivíduo está bem no todo. “E não está bem no todo porque não se controla as coisas. Então, controle só o que você pode controlar. E relaxe. Eu não sou médico pra curar as pessoas do coronavírus, mas posso ajudar projetos sociais. É trazer pro que a gente pode fazer em vez de ficar sofrendo com as notícias que a gente escuta. A gente tem uma capacidade imensa de fazer no micro. Gosto de olhar pra essa pandemia como uma oportunidade de reflexão. A gente tem que refletir enquanto sociedade o que vale a pena, o que realmente faz sentido. É o momento de todos repensarmos. E tenho a impressão de que vamos sair disso muito mais solidários”, finalizou Burger.

A próxima edição do #NaPausa será em 4 de maio, às 17 horas. A defensora pública Roberta Quaranta receberá o pós-doutor em Direito e presidente da Comissão Especial de Direito de Família e Sucessões da Ordem dos Advogados do Brasil no Rio Grande do Sul (OAB-RS), professor Conrado Paulino, para tratar do tema “Direito de guarda em tempo de Covid”. A transmissão será feita no perfil da DPCE (@defensoriace) no Instagram fruto de parceria da Adpec com a Escola Superior da Defensoria Pública (ESDP) para promover a cidadania nas redes nesse momento de distanciamento social.

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