Posso ajudar?
Posso ajudar?

Site da Defensoria Pública do Estado do Ceará

conteúdo

Entidades da sociedade civil enaltecem chegada de Joyce Ramos à Ouvidoria e importância do setor para a população

Entidades da sociedade civil enaltecem chegada de Joyce Ramos à Ouvidoria e importância do setor para a população

Publicado em

A solenidade de posse de Joyce Ramos como nova ouvidora da Defensoria Pública do Ceará (DPCE) reuniu representantes de diversas entidades da sociedade civil organizada nesta sexta-feira (1º/9) na sede da instituição, em Fortaleza. Todos enalteceram a trajetória da historiadora, que é a primeira quilombola a ocupar o cargo desde a criação do setor, 13 anos atrás.

Como membro do Movimento Sem Terra do Ceará, Joel Gomes destacou a atuação de Joyce em movimentos sociais, especialmente naqueles ligados à juventude, direito da mulher e negritude. “Ela sempre defendeu a classe trabalhadora em situações de injustiça. Vai, com certeza, cumprir um grande papel na Defensoria. Queremos que a gente consiga realmente avançar nesse espaço tão importante para o Ceará.”

Integrante das coordenações Estadual e Nacional do Movimento Brasil Popular, Rogério Babau comemorou o fato de a Ouvidoria da DPCE ter a partir de agora uma gestora oriunda do MBP e que dialoga, tanto na trajetória de vida pessoal quanto de ativismo, com movimentos urbanos, rurais, de juventude, campesinos, negros, indígenas, quilombolas.

“Isso mostra a importância do que vai ser a Ouvidoria. É uma grande conquista para nós porque teremos uma militante dos direitos humanos que há mais de 20 anos milita nessa área. Nasceu-se e criou-se dentro do MST e hoje constrói a direção do Movimento Brasil Popular. Uma feminista, mulher negra, quilombola. Acho que a Defensoria ganha muito com uma companheira compromissada, qualificada e muito dedicada à luta do povo. E nós, dos movimentos populares, vemos como uma missão cumprida. Vamos fortalecer não só a Ouvidoria, mas a Defensoria para que ela seja mais presente e realmente um instrumento de garantia de direito para o nosso povo”, avaliou Babau.

Para o coordenador do Escritório de Direitos Humanos e Assistência Jurídica Popular Frei Tito de Alencar, Miguel Rodrigues, a Ouvidoria Geral Externa da DPCE cumpre o papel primordial de ser o elo entre os movimentos sociais, as comunidades e a Defensoria Pública. E isso reflete no trabalho desenvolvido pelo escritório.

“Existem muitas demandas que o escritório atende que são comuns a Defensoria Pública. O escritório sempre busca a Ouvidoria como essa ponte para facilitar o acesso aos defensores do interior e a gente não tem acesso direto, por exemplo. Também acontecem muitos casos em que as pessoas procuram o escritório que não são aquele público-alvo de atendimento do escritório, mas que Ouvidoria também ajuda essas pessoas a chegar num caminho mais rápido, no caminho certo. Porque tem gente que mesmo quando a gente encaminha não consegue chegar tão facilmente ou não consegue entender mesmo”, afirmou Miguel.

Já o coordenador do Escritório de Direitos Humanos e Assessoria Jurídica Popular Dom Aloísio Lorscheider, Marcus Gigio, disse que a comunicação do equipamento com a Defensoria por intermédio da Ouvidoria é fundamental pelo fato de o escritório ser porta de entrada de violações de direitos humanos de diversas ordens.

“A gente trabalha no sentido de acolhimento das denúncias, de orientação, palestras e também de encaminhamentos e de articulação de uma rede de direitos humanos que já existe. É por isso que é fundamental a nossa intercessão com a Defensoria, porque ela é um ator fundamental nessa rede de defesa dos direitos humanos. E a Joyce é uma pessoa extremamente qualificada para o cargo. Acho que ela vai ser uma parceira e tanto para nós, do escritório, principalmente no âmbito de Fortaleza, que é o município que tem como característica, infelizmente cruel, de direitos humanos e onde, por exemplo, os casos de racismo aumentaram consideravelmente. Nessa semana, eu atendi quatro casos de racismo. A Joyce por ser uma mulher negra certamente tem essa sensibilidade”, ponderou Marcus.