Posso ajudar?
Posso ajudar?

Site da Defensoria Pública do Estado do Ceará

conteúdo

 “Mudanças precisam de pesquisa, análise, conhecimento. Isso é ciência”, afirma professor em Webinário

 “Mudanças precisam de pesquisa, análise, conhecimento. Isso é ciência”, afirma professor em Webinário

Publicado em

Na última quinta-feira, 19, aconteceu o segundo encontro do webinário Pesquisa em Debate com o tema Panorama das Pesquisas no Sistema de Justiça: características e metodologias. O momento contou com a participação de Grazielle Albuquerque, coordenadora do Núcleo de Estudos e Pesquisa da Defensoria do Ceará e do professor do programa de pós-graduação em Direito Constitucional da Unifor, Gustavo Raposo Pereira Feitosa. A defensora pública Patrícia Sá Leitão, diretora da Escola Superior da Defensoria Pública, deu início ao momento destacando a importância e necessidade da pesquisa nos no âmbito do no Sistema de Justiça. Ela pontua ainda que os encontros seguem em edições diferentes, trazendo novos convidados e propondo um grupo de trabalho entre defensores pesquisadores, o setor e Academia.

A debatedora Grazielle Albuquerque registrou em sua fala o trabalho realizado até o momento na Defensoria.”Antes de começar, faço um breve panorama de parte das nossas pesquisas na Defensoria. Fizemos no ano passado um recorte dos últimos dois anos, 2018 e 2019, em seis pesquisas, cinco publicadas em livro desenvolvido pela Ascom da Defensoria, que foram sobre a Defensoria em Movimento, Rede Acolhe, Centro de Justiça Restaurativa e incluímos dois núcleos da Defensoria: o Núcleo de Defesa da Saúde (Nudesa) e o Núcleo de Enfrentamento à Violência contra a Mulher (Nudem)”. Um ponto destacado pela coordenadora diz respeito de uma das características marcantes nestes projetos: a presença feminina.

“Com estas pesquisas, descobrimos que quem procura a Defensoria são, em maioria absoluta, as mulheres. Essa era uma noção do cotidiano do atendimento mas que pudemos fazer a constatação em números: na Rede Acolhe, dos parentes de referência das vítimas diretas, 89,15% são mulheres. No Núcleo de Defesa da Saúde (Nudesa), as pessoas que buscam direitos são 78,55% mulheres. Não é uma coincidência e não se trata de algo circunscrito. É um retrato de uma cultura”, pondera.

O professor Gustavo Raposo destacou, inicialmente, a formação técnica em Direito que requer, por parte de estudantes, de professores, pesquisadores, uma dinâmica para que haja uma atuação dinâmica. “Nós, da área do Direito, ficamos dependentes de informações e análises que são produzidas por outros setores ou carentes de informações que, muitas vezes, não produzidas adequadamente. Mas, para uma tomada de decisão, inclusive na questão dogmática mesmo como mudar um recurso, você precisa de informações que muitas vezes são obtidas através de pesquisas e conhecimentos externos à nossa rotina”, explicou.

“”Mudanças precisam de pesquisa, análise, conhecimento. Isso é ciência. E quem faz isso? Nós podemos e, muitas vezes, devemos recorrer aos outros profissionais e setores, mas devemos fazer isso. Não sozinhos. De preferência, com outras áreas para unir saberes e experiências. Isso faz parte das pesquisas, seja das mais simples, às mais estruturadas”,  afirmou Gustavo.

O webinário foi realizado pela plataforma Google Meet e contou com a participação de cerca de 20 pessoas.