Posso ajudar?
Posso ajudar?

Site da Defensoria Pública do Estado do Ceará

conteúdo

No STF, Defensoria reverte decisão do TJCE de realizar novo júri para julgar réu já considerado inocente

No STF, Defensoria reverte decisão do TJCE de realizar novo júri para julgar réu já considerado inocente

Publicado em

A Defensoria Pública do Ceará (DPCE) conseguiu reverter, por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), a determinação do Tribunal de Justiça do Ceará (TJCE) de que fosse realizado um novo júri para julgar um caso de homicídio do qual o réu já havia sido inocentado.

O homem foi absolvido pelo Conselho de Sentença com base no questionamento “o jurado absolve o acusado?”, conhecido juridicamente como “quesito genérico”, diante de elementos que comprovavam a atuação do acusado em legítima defesa. O MPCE recorreu da sentença e o TJCE decidiu anular o júri e determinar a realização de novo julgamento.

Com atuação nos Tribunais Superiores, o defensor de segundo grau Leonardo Moura recorreu até o STF em favor do assistido. Conseguiu, agora em abril, reverter no Supremo, ressaltando o princípio constitucional da soberania do veredicto. A Corte concedeu integralmente o habeas corpus e invalidou a decisão, pondo fim à possibilidade de um novo julgamento acontecer. Segundo ele, havia uma flagrante ilegalidade na determinação do TJCE – o que foi confirmado pelo STF.

O STF entendeu que: “não cabe a juízes togados especular sobre os fundamentos da decisão proferida pelo Júri, nem mesmo alegar qualquer contrariedade à prova dos autos, pois diversos são os fatores e teses que podem ter sido considerados pelos jurados para a absolvição do réu, como motivações extrajurídicas, por exemplo” e que “absolver, no caso em análise, não implica dizer que o Júri desconsiderou as provas apresentadas em plenário, e sim que levou outros motivos em consideração para fazê-lo, o que lhe é expressamente autorizado pela Constituição, em face do princípio da soberania dos veredictos”, disse no entendimento.

“O êxito da atuação nos Tribunais Superiores inicia com a atuação da base, onde os defensores e defensoras de primeiro grau suscitam as teses e vamos até a última instância buscar os recursos. É esse trabalho contínuo e essa construção conjunta o diferencial da atuação da Defensoria e o que contribui para conferir os direitos de nossos assistidos”, destaca o defensor.