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Subdefensora geral prestigia concessão de título de cidadã fortalezense a Zelma Madeira

Subdefensora geral prestigia concessão de título de cidadã fortalezense a Zelma Madeira

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A subdefensora geral do Ceará, Sâmia Farias, prestigiou nessa terça-feira (22/3) a cerimônia de concessão do título de cidadã fortalezense a Maria Zelma de Araújo Madeira. A honraria foi outorgada pela Câmara Municipal, por articulação da Mandata Coletiva Nossa Cara, composta pelas co-vereadoras Adriana Gerônimo, Louise Santana e Lila Salu.

A solenidade lotou o Plenário Fausto Arruda, no Palácio Legislativo. “A Zelma é uma grande parceira da Defensoria. É alguém com quem temos contado nos últimos anos para pautas afirmativas internas e externas. É uma mulher de vanguarda, referência para todos nós que lutamos por um mundo menos desigual e de bem viver. Por isso, essa é uma homenagem justa, merecida para algúem que há 30 anos escolheu Fortaleza como casa e agora tem reconhecido tudo o que fez, faz e ainda vai fazer pela população negra”, afirma a subdefensora geral Sâmia Farias.

Nascida em Teresina, no Piauí, Zelma veio para a capital cearense na década de 1990 e desde então tem atuado em prol das populações negras. Formada em Serviço Social, ela é mestra e doutora em Sociologia, professora da Universidade Estadual do Ceará (Uece) e assessora especial de acolhimento aos movimentos sociais do Governo do Estado.

Durante a entrega do título, Zelma enalteceu a participação da Defensoria Pública em caso recente de tentativa de desconfiguração da lei estadual de cotas, da qual ela participou da elaboração. “Estamos sofrendo ataques e muitas vezes precisamos contar a história do Brasil pras instituições. Não tem nenhum problema na nossa lei. A nossa lei está bem feita. Ela completa um ano sexta-feira e não precisa de nenhuma alteração. O que precisamos é aprimorar os procedimentos administrativos. É conhecer como a questão racial se apresenta no Brasil. É debater o que é uma pertença étnico-racial”, afirmou.

Emocionada, ela relembrou a influência do pai e da mãe, ainda viva, na formação do próprio entendimento de ser uma mulher negra. “Minha mãe me ensinou que tenho que saber entrar e sair dos lugares. Temos que cumprir o que prometemos. E esse título comprova o reconhecimento de minha liderança. Receber esse título tem muito de especial. Porque ele vem de mulheres negras para mulheres negras. E muitas vezes o modus operandi não tem sido esse. Aqui foi dado foco na raça e no gênero. Eu quero o bem viver a todos nós”, frisou.

A co-vereadora Adriana Gerônimo enalteceu a trajetória de luta de Zelma, pautada pelo ativismo no ambiente acadêmico, nos movimentos sociais e, mais recentemente, no âmbito institucional. “Nós não entramos aqui sozinhas. Nós representamos e temos a honra de representar toda uma ancestralidade de mulheres que já abrem esses caminhos muito antes de nós e que iniciaram essa trajetória há muitas décadas. Mulheres que dão o suor, muitas vezes, inclusive, com muitas lágrimas porque acreditam na sociedade do bem viver. A professora Zelma é uma dessas grandes figuras, alguém que pra nós é uma inspiração.”

Para assistir à solenidade, clique aqui.