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Defensoria garante intérprete em sala de aula para aluna com deficiência auditiva

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45 libras

“O que mais me motiva a lutar pelos direitos da minha filha é a possibilidade dela interpretar o mundo da sua forma”. O depoimento é da cabeleireira Aline Teles, 27 anos, que conseguiu por meio da atuação da Defensoria Pública do Estado, em Barbalha, a possibilidade da sua filha Ana Luiza, 9 anos, ter um intérprete de libras dentro de sala de aula da escola municipal.

Aninha, como é chamada carinhosamente pela mãe, nasceu com deficiência auditiva bilateral que a impossibilita de ouvir qualquer som, condição que fez dificultar o seu aprendizado durante as aulas na Escola Maria Alacoque Bezerra de Figueiredo. “Ela está na quarta série e não sabe ler ou escrever, sabe apenas se comunicar pela linguagem de sinais, mas as professoras não são capacitadas para este tipo de comunicação”, relata a mãe.

Dentro deste contexto, Aline Teles procurou o Núcleo da Defensoria Pública em Barbalha, no dia 08 de maio de 2017. Há mais de dois anos, a mãe solicitava à escola a contratação de um intérprete para a criança com o intuito de possibilitar a compreensão do conteúdo apresentado em sala de aula. Ana Luíza aprendeu libras com alguns colegas da igreja e com sua mãe. “Eu procurei fazer um curso de libras pra poder ajudar minha filha, mas acredito que um intérprete no colégio é de extrema importância. Um profissional formado pode ajudá-la a entender muito mais o conteúdo e, assim, proporcionar uma maior autonomia para ela”.

Após a ida de Aline Teles à Defensoria, a Secretaria de Educação do Município foi oficiada. Em cinco dias, a defensora pública de Barbalha, Aline Marinho, recebeu um retorno. “De início, a Secretaria respondeu que não teria como contratar um intérprete e que as professoras eram orientadas a falar devagar para que Ana Luíza pudesse compreender as lições”, explica. No entanto, esta resposta não é satisfatória para atender o direito da criança e a defensora solicitou uma audiência com o secretário de Educação do município, Boaz David de Lima Gino. “O secretário demonstrou ser compreensivo e se comprometeu em agilizar um processo seletivo para a contratação, mas alegou que o Ministério Público poderia impedir, pois não teria autorização para contratar sem concurso. Oficiamos o Ministério Público e este não somente concordou, como demonstrou parceria na causa”, relata Aline.

O município abriu um edital para seleção de cinco profissionais que trabalhem com linguagem de sinais. “O momento com a Defensoria Pública foi positivo e imprescindível para identificarmos casos como esse que, às vezes, podem passar desapercebidos devido ao montante de demandas que recebemos. Esta solução será importante para a Ana Luiza e tantas outras crianças que podem ter a mesma deficiência”, destacou o secretário de Educação de Barbalha, Boaz David de Lima Gino. A seleção segue até o fim de agosto e o início das atividades dos intérpretes selecionados está previsto para setembro de 2017.

Para a mãe de Aninha, o sentimento é de esperança. “Eu criei minha filha para desbravar o mundo e com esse direito que temos, de ter um intérprete na sala de aula, estarei ajudando ela a tornar isso possível. Sabendo ler e escrever, ela vai criar independência e trilhar os próprios caminhos”, finaliza.

Defensoria Pública em Barbalha

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