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Defensoria Pública do Ceará realiza II Semana Nacional do Direito Social à Moradia Adequada

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“Eu, particularmente, nunca imaginei que estaria vivendo coletivamente em um barraco. Mas nós estamos lá, dividindo tarefas, alimentação, reivindicando nossos direitos. Eu digo que lá é uma lição de vida e eu acredito que muitos que estão aqui, nesta reunião, também têm histórias como a minha. Quando você sai do individual para viver o coletivo, você adquire experiências novas com as pessoas que estão ali com você”. Histórias de dor, luta e resistência que deixam marcas na vida de pessoas que buscam por moradia adequada. Relatos como o de Hélder Teixeira, que mora na ocupação do bairro Mirassol e já presenciou oito desocupações, marcaram a II Semana do Direito Social à Moradia Adequada, realizada por meio do Núcleo de Habitação e Moradia (Nuham) da Defensoria Pública do Estado do Ceará.

Durante a reunião ampliada, realizada na última quinta feira (6.4), na sede da Instituição, participaram mais de 200 pessoas de 29 comunidades e assentamentos em um momento de compartilhamento de experiências, reivindicação e partilha dos problemas enfrentados nas ocupações. De acordo com o defensor público Francisco Eliton Albuquerque, que atua no Nuham, o evento se baseia nos resultados das ações, realizadas no ano passado na primeira edição do evento. “A partir da visão de que há um interesse comum em moradia, tivemos a ideia de construir um documento único, com todas as reivindicações das comunidades, para que se consiga uma visibilidade maior com o todo. A ideia que temos é de unir forças, para que se saiba que isso é um problema comum, da cidade inteira, de uma população inteira e a partir dai fazer uma pressão mais sistemática, mais uniforme às autoridades responsáveis”, afirma.

Já para o coordenador do Nuham, José Lino Fonteles, “Os encaminhamentos dessa reunião com a comunidade serão apresentados à Câmara Municipal e à Prefeitura de Fortaleza, a fim de que tomem conhecimento das reivindicações e a partir dai, possam realizar audiências públicas e, eventualmente, alguma ação civil pública, caso seja necessário”, comenta.

A reunião ampliada contou ainda com a participação do Escritório Frei Tito, do Laboratório de Estudos da Habitação da Universidade Federal do Ceará (Lehab UFC) e da Ouvidoria Externa da Defensoria Pública. Dentro da programação, houve também a exposição de experiências e a premiação de práticas exitosas de auto-organização e superação de problemas em assentamentos informais, cujo o 1º lugar premiou a Comunidade 1º de abril. O segundo lugar ficou com a Vila Vicentina e, em terceiro, a Comunidade Pau Fininho.

O Núcleo de Habitação e Moradia (Nuham) da Defensoria Pública atua na defesa judicial ou extrajudicial do direito social à moradia, do direito de acesso à terra e na regularização fundiária. Promove o ajuizamento de ações que visem à defesa do direito à moradia digna, à garantia da posse e propriedade com observação de sua função social. O núcleo tem atuação de dois defensores públicos, de segunda a sexta-feira, na Rua Nelson Studart, S/N, Bairro En. Luciano Cavalcante. Para saber mais informações, ligue 129 (ligação gratuita).