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Nadij realiza segunda etapa de parceria com CIEE para capacitação de jovens

Publicado em

IMG_4834O Núcleo de Defesa dos Direitos da Infância e Juventude (Nadij) da Defensoria realizou na manhã da última quinta-feira (4), no Auditório Jesus Xavier de Brito da Defensoria Pública, a segunda etapa da parceria firmada com o Centro de Integração Empresa-Escola (CIEE) em agosto deste ano. A reunião com coordenadores das unidades de acolhimento visou organizar um cronograma direcionado para as oficinas de capacitação profissional de jovens, de 14 a 17 anos, que se encontram nestas instituições. A primeira oficina já ocorrerá na próxima terça-feira (9), na sede do CIEE, situada na Avenida Heráclito Graça.

“A cidadania passa justamente pela educação, pela cultura, pelo trabalho, pela renda. Com isso, vem o sentimento de autonomia”, explicou a defensora pública titular do Nadij, Ana Cristina Barreto, sobre a capacitação para os acolhidos. “Com essa oportunidade, eles já vão ter experiência e poderão trabalhar como jovem aprendiz até os 24 anos. E já vão formando uma poupança para o futuro, porque nessa faixa etária, as chances de ser adotados é muito pequena”, lamenta a defensora. Nessa fase da vida da adolescência, a principal finalidade é trabalhar o viés da autonomia. “Saindo do acolhimento e já tendo uma capacitação para ingressar no mercado e vão poder ter sua própria renda”.

O treinamento para os adolescentes consiste em cinco oficinas com turmas nos períodos da manhã e tarde, além da carga horária de quatro horas-aulas e direito à certificação, totalizando 20 horas de formação. O intuito é capacitar estes jovens para ser encaminhados e inseridos no mercado de trabalho. “A ideia é realmente trabalhar nesses jovens a questão da postura profissional, de como eles podem se apresentarem nas entrevistas, para que a própria história de vida deles e a desenvoltura ajudem a conquistar uma vaga de estágio”, afirma a assistente social do CIEE Bruna França. A previsão de conclusão é para o mês de novembro.

As unidades de acolhimento presentes na segunda etapa, representadas por 15 coordenadores para discussão do cronograma, foram Casa Abrigo, Casa da Criança, Casa do Menor de São Miguel Arcanjo, Nossa Casa, Nova Vida e Santa Mônica. Ao todo, cerca de 150 jovens, entre 14 e 22 anos, estão abrigados nas instituições devido a situação de vulnerabilidade social.

Realidade do jovem de abrigo quando completa 18 anos – Ao sair das instituições de acolhimentos, os jovens precisam seguir a vida de forma independente e, muitos deles, não têm apoio de familiares. Com esses tipos capacitação, firmada por meio de parceria da Defensoria com o CIEE, a realidade desses adolescentes, quando atingirem a maioridade, pode ser mais transformada. “Vamos cultivar neles o sentimento de autonomia, competência e capacidade de prover o próprio sustento. O indivíduo vai se sentindo um cidadão, independente e autônomo. É isso que estamos tentando trabalhar nessa parceria”, pontua a defensora Ana Cristina Barreto.

Para a assistente social do CIEE Bruna França, se não tiver perspectivas e possibilidades, os jovens ficariam à margem da sociedade. “A situação de rua e a vulnerabilidade bem mais aflorada acaba até sendo tentador, pois o jovem não teria renda. É uma questão mesmo de cidadania. Você não está só mudando a vida do jovem, mas de toda a sociedade”.