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NUDESA realiza evento em comemoração ao Dia Mundial da Saúde Mental

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Defensoria Pública realiza evento para discutir Saúde Mental

 

A Defensoria Pública do Estado do Ceará (DPGE), por meio do Núcleo da Saúde (NUDESA), realizou em comemoração ao Dia Mundial da Saúde Mental, celebrado nesta segunda-feira, dia 10 de outubro, o “Diálogos da Defensoria com a Saúde Mental”. A iniciativa compõe o projeto “Diálogos”, criado pelo Nudesa e pelo Atendimento Psicossocial da Defensoria Pública, que visa a realização de encontros sob a perspectiva de diversas temáticas ligadas à área de saúde para trocar experiências e propor uma ação articulada entre os equipamentos responsáveis e os serviços que são prestados pelo Núcleo, para que essas instituições conheçam o trabalho da Defensoria Pública e saibam como utilizá-los.

A programação teve início com a palestra conduzida pela coordenadora da Célula de Saúde Mental da Secretaria Municipal da Saúde de Fortaleza (SMS), Carolina Aires, que apresentou como funciona a rede de saúde mental e as políticas públicas desenvolvidas pelo município: “É uma grande oportunidade podermos compor um evento que traz de forma ampliada várias redes e atores sociais que trabalham com um objetivo uníssono de fortalecer a rede de saúde mental em Fortaleza”, salientou. Carolina Aires também defendeu a necessidade da reinserção do público atendido pelo Caps ao meio social, realizando o tratamento entre equipe clínica e psicológica, além da necessidade constante da capacitação dos profissionais que lidam com a temática, a expansão e o fortalecimento do atendimento nas Unidades de Pronto Atendimento (UPA’s) e expansão de convênios com o Hospital de Saúde Mental de Messejana e os formandos da Universidade Federal do Ceará.

O evento seguiu com a palestra “Políticas de Saúde Mental, álcool e outras drogas: avanços e desafios”, com o representante do projeto “Redes da Secretaria Nacional de Drogas” (SENAD), o psicólogo Décio de Castro. O convidado iniciou sua fala saudando a iniciativa da Defensoria Pública e da Coordenação de Saúde Mental do Município em discutir e pensar diferente a questão das drogas: “Nós estamos focando errado no que diz respeito ao cuidado com as pessoas com problemas com drogas, porque lamentavelmente, nos últimos 50 anos não só no Brasil, mas como um problema mundial, focamos na substância e não nas pessoas, o que quer dizer que a grande maioria das políticas públicas, constituídas a partir dos anos 70 são pautadas no proibicionismo. E o que seria focar certo? Seria olhar quais são as condições efetivas que as populações vulneráveis no abuso do consumo de drogas estão submetidas ”, disparou.

Outro ponto abordado pelo psicólogo foi sobre a internação compulsória: “O problema é que a internação vira um simulacro. Parece que é verdade mas não é. As consequências de você interditar alguém contra a sua vontade são muito piores do que tentar fazer o que pra nós é o principal instrumento do cuidado psicossocial, que é a construção da vinculação dos sujeitos e os serviços aos usuários”. A programação trouxe ainda o debate entre a plateia e palestrantes, com a participação da supervisora de Atendimento Psicossocial da Defensoria Pública, Andreya Arruda, a defensora pública e supervisora do Nudesa, Silvana Feitosa e o médico residente do Hospital de Saúde Mental de Messejana e coordenador do Coletivo Balance Redução de Riscos e Danos, o psiquiatra Rafael Baquit Campos.

Estiveram presentes defensores públicos, profissionais que formam a rede de saúde mental da Prefeitura Municipal de Fortaleza, assim como representantes dos Centros de Atenção Psicossocial (Caps), dos Serviços de Atendimento Móvel de Urgência Psiquiátrica (Samu) e dos hospitais psiquiátricos de Fortaleza. A supervisora de Atendimento Psicossocial da DPGE, Andreya Arruda, assinala que “desde o planejamento da gestão do psicossocial da Defensoria Pública, pensamos nessa articulação de redes porque não dá para o psicossocial abranger esses casos sem uma proposição da questão assistencial e esse momento articulado é de extrema importância para todos os núcleos da Defensoria porque nós temos a compreensão de que a saúde mental ela perpassa todos eles”, finaliza.

De acordo com a supervisora do Nudesa e uma das organizadoras do evento, a defensora pública Silvana Feitoza, “criar consensos é fundamental, então precisamos ter uma relação de proximidade, para gerar fluxo e conseguir atender a demanda ao nosso público; nós precisamos do apoio do Estado, precisamos que a gestão venha junto, dialogando, construindo soluções, identificando o que cada um está necessitando dentro da sua área de atuação diária, para chegarmos a um denominador comum para que a máquina funcione”, apontou.

O evento finalizou com uma mesa redonda com o tema “As demandas da Saúde Mental na Defensoria Pública e as pactuações de encaminhamentos junto aos Centros de Atenção Psicossocial do Município – Relatos da experiência do Matriciamento”; seguido de debate com os supervisores dos núcleos da Defensoria Pública com momento de supervisão clínica de casos, com participação da plateia.