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Projeto Acolhe realiza mutirão de atendimento a familiares de internos do sistema penal

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DSC_0252Eu fiquei lisonjeada porque a gente tem se deparado com tantas portas fechadas e hoje um grande portão se abriu, isso para nós é a mesma coisa de ganhar na loteria, porque a gente vem lutando, pedindo, vai aqui e ali, recebe não e vocês é que foram atrás da gente, não foi a gente que foi atrás de vocês. Vocês é que se reuniram e chegaram a um consenso de que realmente teriam que ajudar, buscar um meio junto às famílias, quer dizer: vocês sentiram a dor das famílias porque pra gente ajudar alguém não precisa a gente estar na situação, basta sentir. Por isso, o coordenador ou coordenadora que está por trás disso está de parabéns, eu tiro o meu chapéu”, foi assim que M.S. descreveu a importância do mutirão, realizado para os familiares dos presos, por meio do Projeto Acolhe, nesta sexta-feira (27) na sede da Defensoria Pública do Estado Ceará.

A iniciativa atendeu mais de 200 familiares de internos do Sistema Penitenciário da Região Metropolitana de Fortaleza. A ação foi pensada como forma de prestar uma melhor assistência aos familiares que estão vivendo dias de angústia com a crise deflagrada no último final de semana “Em face das rebeliões que aconteceram nos últimos dias, se gerou uma instabilidade muito grande no sistema e as famílias estão muito angustiadas, temerosas com o que possa acontecer, querendo notícias de seus familiares, muitos incomunicáveis, alguns foram transferidos e eles ainda não sabem pra onde, então a Defensoria, na busca de tranquilizar essas famílias e de prestar uma assistência a elas, resolveu realizar essa ação intensiva durante todo o dia de hoje, atendendo esses familiares, ouvindo os relatos, dando os encaminhamentos necessários para minimizar essa situação de crise e também se preparando para apurar possíveis denúncias, reparações de danos que essas pessoas venham a necessitar”, explicou a supervisora do Núcleo das Defensorias do Crime, Patrícia Sá Leitão.

E.M.E.F. está com o filho preso na Casa de Privação Provisória de Liberdade Agente Elias Alves da Silva (CPPL IV) e DSC_0258participou do mutirão para tentar saber alguma notícia do processo e tentar tẽ-lo novamente em casa. “Meu filho passou oito anos preso, saiu com o regime semi-aberto, mas não foi dormir na unidade no dia determinado pelo juiz e deu quebra de regime. Agora ele tá em uma unidade lotada, lá é um depósito de pessoas. Nós da família ficamos muito apreensivos com tudo o que pode acontecer. Ninguém passa informação nenhuma, não sabemos se vai ter visita no final de semana, se vão receber os malotes com as coisas deles. Minha esperança é que esse mutirão ajude a localizar os papeis que faltam pra ele sair”.

 

Os atendimentos a familiares de internos acontecem rotineiramente tanto para os provisórios quanto para os condenados através do Núcleo de Atendimento ao Preso Provisório e às Vítimas de Violência (NUAPP) e do Núcleo Especializado em Execuções Penais (NUDEP), bem como os defensores das varas criminais, que também acompanham esses processos.

 

Eu faço parte do projeto INEGRA e através dele fiquei sabendo desse mutirão, como eu sou apaixonada pelo sócio-jurídico, já estou há um ano e meio trabalhando no sistema penal, estagiei na CPPL III, na CPPL IV, e agora estou no IPF, então eu fico desnorteada com o que está acontecendo no sistema, o que eu puder contribuir com essas famílias ou com os próprios apenados, estou aqui à disposição.” Com essas palavras, Franciane da Silva Santos chegou na manhã de hoje na Defensoria Pública se oferecendo como voluntária para trabalhar na ação.

 

A Defensoria Pública realizou ainda, atendimentos psicológicos e da Ouvidoria Externa para os familiares que sofreram algum tipo de repressão durante os conflitos.

Os atendimentos aos familiares de presos continuarão ocorrendo na segunda-feira, por meio do Núcleo de Atendimento ao Preso Provisório e às Vítimas de Violência (NUAPP) e do Núcleo Especializado em Execuções Penais (NUDEP).

 

Serviço

Núcleo de Atendimento ao Preso Provisório e às Vítimas de Violência (NUAPP)

Rua do Rosário 199 – Centro de Fortaleza

Avenida Virgílio Távora 2187 – Dionísio Torres

Tel: 85. 3101.1263/1267

 

Núcleo Especializado em Execuções Penais (NUDEP)

Av. Almirante Maximiniano da Fonseca nº100 – Engenheiro Luciano Cavalcante

Tel: 85.3101.3437