Rede Acolhe da Defensoria realiza formação emergencial em Roraima
A convite do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) juntamente com a Associação dos Pesquisadores de Núcleos de Estudos e Pesquisas sobre a Criança e o Adolescente (Neca), a Rede Acolhe da Defensoria Pública do Ceará esteve em Roraima, na última terça-feira, 27. O momento era de compartilhamento de informações acerca da violência urbana, em questões que afligem àquele Estado como expansão das facções, crise no sistema penitenciário e socioeducativo e aumento da violência letal de adolescentes e jovens.
Cerca de 40 pessoas participaram de uma formação emergencial em Boa Vista realizada pelo coordenador da Rede Acolhe, Thiago de Holanda. “A oficina trabalhou a dimensão desse contexto da violência armada, que vulnerabiliza ainda mais os jovens e os adolescentes e apresentei a experiência de ações de prevenção que realizamos no Ceará. Falamos ainda dos fluxos, abordagens e metodologias da Rede Acolhe”.
Redes de apoio do Estado de Roraima, como o Centro de Referência de Assistência Social (Cras) e Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas), estiveram presentes. “A situação se agravou bastante nos últimos anos por conta da expansão das facções e da crise no sistema penitenciário e socioeducativo. Houve uma aumento da violência letal de adolescentes e jovens. A questão dos refugiados venezuelanos também agravou ainda mais o cenário e a atuação das redes de apoio”, explica Thiago de Holanda.
Durante o momento, o defensor público e coordenador do Centro de Estudos e Aperfeiçoamento Profissional da Defensoria de Roraima, Ronnie Gabriel Garcia, esteve presente e mencionou a possível articulação de uma visita de defensores de Roraima ao Ceará, para conhecer a experiência da Rede Acolhe.
“Lá, eles estão vivenciando uma realidade muito parecida com a nossa, com aumento de violência, nos números de homicídios e nessa questão territorial que temos hoje das facções. A gente conseguir replicar em outros Estados, a experiência da Rede Acolhe, é algo extremamente importante. O trabalho desempenhado tem sido genuíno, não é algo que pertence somente a nós, ela deve ser repetida enquanto experiência de sucesso em outros Estados”, reforça a defensora pública e coordenadora da Rede Acolhe, Gina Moura.
O programa Rede Acolhe está integrado ao Núcleo de Assistência ao Preso Provisório e às Vítimas de Violência (Nuapp). Desde seu início, cerca de 500 pessoas já foram beneficiadas com o acompanhamento, que é realizado por uma equipe multidisciplinar que tem sociólogo, psicólogos, assistente social e defensores públicos. O programa tem parceria com a Faculdade de Psicologia da Universidade Federal do Ceará (UFC).
