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Atuação da Defensoria antecipa em três meses realização de perícia psiquiátrica para solução de caso de violência doméstica

Atuação da Defensoria antecipa em três meses realização de perícia psiquiátrica para solução de caso de violência doméstica

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A Defensoria Pública do Ceará (DPCE) conseguiu antecipar em três meses a realização de uma perícia psiquiátrica decisiva para o desfecho de um caso de violência doméstica. Inicialmente agendado para 12 de agosto deste ano, o exame agora acontecerá, por força de decisão judicial, no dia 29 de abril.

Em atuação no caso, o defensor Jorge Bheron Rocha apresentou o pedido de adiantamento da perícia sob o argumento de que a espera colocaria em risco a realização do exame diante da iminente soltura do acusado, cuja residência fica no município de Marco e teria de voltar a Fortaleza, onde já está hoje, exclusivamente para ser periciado.

O caso aconteceu em julho de 2020, quando o servente de obras M.E.J, à época com 24 anos, ameaçou de morte e agrediu verbal e fisicamente a mãe. INternado no Hospital Frota Pinto, por condições de saúde mental, ele necessitava de uma perícia para a comprovação da condição psiquiátrica que definirá os rumos do processo.

Diante da necessidade do documento, o Juízo determinou à Perícia Forense do Ceará (Pefoce) o reagendamento com urgência do procedimento, inicialmente previsto apenas para o segundo semestre. Além disso, também a pedido da Defensoria, acatou que a família não faça o deslocamento até a capital somente para entregar documentação comprobatória, referente a períodos anteriores ao possível cometimento de crime.

Os laudos deverão ser enviados por equipamentos de saúde e assistência social próprios do município (Cras e Caps) direto para a sede da Pefoce em Fortaleza – que, por sua vez, foi intimada pelo Juízo sobre todas as decisões e, em resposta, confirmou a antecipação da perícia em 105 dias, para 29 de abril deste ano.

“Não nos parecia razoável exigir um deslocamento de 221 quilômetros só para a entrega de documentos. Geralmente, essas famílias são humildes e têm que se deslocar de ônibus. Os equipamentos estatais do próprio território podem colher as informações médicas necessárias e remeter à Pefoce”, detalha o defensor Bheron Rocha.

Em parecer no processo, o Ministério Público do Estado (MPCE) foi favorável à tese da Defensoria, reconhecendo, assim, tanto a necessidade da realização do exame pericial psiquiátrico em caráter de urgência quanto a adoção de maneira menos dispendiosa à família dos laudos complementares para o desfecho do caso pela Justiça.

“A decisão mostra a importância da escuta e da amplificação da voz das pessoas e grupos vulnerabilizados, por meio da Defensoria Pública, como órgão de execução penal. O Estado deve atuar de forma eficaz e eficiente; não apenas em razão dos próprios recursos, mas também em face dos recursos das famílias, muitas vezes já escassos”, argumenta Bheron Rocha.