Site da Defensoria Pública do Estado do Ceará

conteúdo

Defensoria consegue indenização por danos aos familiares de idosa que se acidentou em homenagem da “Loucura de amor”

Defensoria consegue indenização por danos aos familiares de idosa que se acidentou em homenagem da “Loucura de amor”

Publicado em
Texto: Fernanda Aparecida, estagiária em jornalismo sob supervisão
Ilustração: Valdir Marte

A Defensoria Pública do Estado do Ceará (DPCE) conseguiu na justiça uma indenização no valor de R$16 mil por danos materiais e morais para a idosa Maria de Fátima Brás Félix, após ela ter perdido parcialmente a audição no ouvido direito (perda neurossensorial de grau leve) e no esquerdo (limiares auditivos normais com rebaixamento em 6k e 8k Hz), devido aos fogos de artifício que foram lançados em uma festa de aniversário. A homenagem, conhecida como Loucura de amor, foi recebida na casa da enteada de Maria, mas um acidente com fogos de artifício no carro de mensagens acabou acertando a idosa, entre o ombro e o pescoço, causando ainda graves queimaduras. 

O caso aconteceu no dia 07 de dezembro de 2019. Na época, Maria de Fátima registrou o Boletim de Ocorrência e procurou ajuda na Defensoria, mas a assistida nem pode usufruir do valor indenizado. Ela faleceu em 2022, mas a reparação foi recebida pela família este ano. ”Gostaria de agradecer a Defensoria Pública por mostrar um excelente trabalho, se mostraram muito atenciosos e fazendo de tudo para que pudéssemos ter uma causa ganha. Sempre mantendo contato para que ficássemos cientes do processo até o recebimento da indenização”, relata a filha da vítima, Priscila Braz Félix.

O defensor público Daniel Leão, supervisor do Núcleo do Idoso da Capital, que fez a petição inicial explica o caso. “Além da gravidade das lesões, a idosa relatava situação de despreparo por parte da empresa. Nessa situação, promovemos uma ação de reparação de danos materiais e morais, o que foi acolhido pelo Poder Judiciário em primeira e segunda instância, sendo a empresa condenada a pagar uma indenização para a vítima,” comenta.

A defensora Carol Gondim, que atua na Defensoria Cível, em Fortaleza, acompanhou a tramitação do caso. “A empresa negava a própria relação e a existência do acidente e foi preciso a vítima resgatar o vídeo da festa comprovando a causa do acidente. Além disso, especialmente nos dias de hoje, podemos e devemos guardar mensagens, chats, contratos, pois isso foi muito importante para ter conseguido uma decisão favorável. Sempre temos que estar atentos e vigilantes para que as empresas viabilizem a segurança do que estão fazendo. E que isso sirva para alertar e prevenir novos acidentes.” pontua a defensora.

Apesar do caso ter acontecido em 2019, a Defensoria lembra que desde 2021 está proibida a comercialização, posse e utilização de fogos de artifício que emitem sons estridentes em Fortaleza. A lei estabelece restrições rigorosas ao manuseio dos artefatos, com o intuito de demonstrar sensibilidade em relação aos animais e grupos vulneráveis.