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Defensoria promove a cultura antirracista entre colaboradores 

Defensoria promove a cultura antirracista entre colaboradores 

Publicado em
TEXTO: JULIANA BOMFIM
FOTOS: ARI FEITOSA

 

Na semana em que completam 137 anos do fim da escravidão no Brasil, a Defensoria Pública do Ceará reforça seu compromisso com a promoção da igualdade racial por meio de ações educativas e de sensibilização e inicia um projeto para promover a cultura antirracista entre os colaboradores, estagiários e servidores da instituição. A agenda do Comitê de Defesa e Promoção da Igualdade Étnico-Racial contou com a apresentação da cartilha “E eu, sou o quê?”, do jornalista e pesquisador Bruno de Castro, além de uma palestra da secretária estadual da Igualdade Racial, Zelma Madeira. A atividade foi conduzida pelo subdefensor geral e presidente do Comitê, Leandro Bessa.

Ao entrar no auditório, cada participante recebeu um exemplar da cartilha “E eu, sou o quê? Um pequeno guia sobre (a sua) raça”, publicação do Comitê de Defesa e Promoção da Igualdade Étnico-Racial com o intuito de orientar as discussões sobre o tema na Defensoria. Escrita em linguagem simples e com ilustrações da designer Valdir Marte, a publicação afrofuturista reúne referências a fatos históricos, estatísticas sobre as cinco raças/cores reconhecidas pelo IBGE e informações sobre as características de cada uma delas.

O conteúdo da cartilha foi apresentado pelo autor, com exemplos práticos para ajudar a desmistificar situações de racismo e melhorar ainda mais o atendimento na instituição. “Muitas pessoas que chegam aqui já passaram por diversas instituições, enfrentando episódios de racismo, violência e dificuldades. Em muitos casos, a Defensoria é a última porta de acesso, e por isso, é essencial que sejam atendidas com respeito e reconhecimento pela sua identidade”, destaca Bruno de Castro.

“Percebemos que a maior parte do nosso público é composta por pessoas negras, especialmente mulheres negras. Por isso, é fundamental que estejamos capacitados e conscientes da importância de oferecer um atendimento e um comportamento antirracista. Como Defensoria, temos a responsabilidade de combater esse comportamento — primeiro, evitando agir de forma preconceituosa, e mais do que isso, atuando de maneira ativa contra qualquer manifestação de racismo”, reforça o subdefensor geral, Leandro Bessa.

Para fechar a programação, a palestra “Reflexões sobre o racismo institucional e as ações antirracistas”, com a secretária estadual da Igualdade Racial, Zelma Madeira. Durante sua fala, a professora, que é um das maiores referências sobre a temática no Ceará, reforçou a importância das ações afirmativas para promover a diversidade e a equidade racial nas instituições, como a Defensoria já vem promovendo em concursos e seleções. “Nós, pessoas negras, queremos estar nesses espaços — como defensores, procuradores, promotores, professores e médicos. Essas ações não são por pena, mas para garantir oportunidades a grupos que historicamente foram excluídos”, afirma.

A capacitação foi a primeira de uma série de aulões planejados pelo Comitê de Defesa e Promoção da Igualdade Étnico-Racial da DPCE em 2025.