Especial narra histórias de reconhecimento de paternidade; Ceará tem 3,8 mil crianças registradas só com o nome da mãe no primeiro semestre de 2024
Texto: Da Redação
Foto: ZeRosa Filho
A Defensoria Pública do Ceará (DPCE) veiculou, entre 12 de julho e o último sábado (10/8), o especial jornalístico “Meu Pai Tem Nome”, em alusão ao mutirão de reconhecimento e investigação de paternidade que promoveu na data. Seis textos compõem a série, que reflete sobre estatísticas preocupantes e traz relatos de pais e filhos.
Vindas de Fortaleza, de Sobral, na região norte, e do Cariri, no sul do Estado, essas histórias integram o universo que pauta as duas primeiras reportagens: de o Ceará ter contabilizado, entre janeiro e junho deste ano, 3.805 casos de crianças registradas apenas com o nome da mãe, e o de nos últimos oito anos e meio o total chegar a próximo de 60 mil ocorrências. Isso configura a terceira pior situação do Nordeste, atrás apenas da Bahia e do Maranhão. Os dados são da Associação dos Registradores de Pessoas Naturais (Arpen).
Para ilustrar o quanto a figura paterna garante direitos e é necessária ao desenvolvimento de qualquer pessoa, a série reúne depoimentos de participantes do mutirão da Defensoria. São pais que reconheceram voluntariamente os(as) filhos(as), mães que acionaram a justiça para o nome do ex-companheiro ser incluído na certidão da criança e pessoas maiores de idade que precisam de assistência jurídica para serem legalmente consideradas filhas(os).
Essa foi a terceira edição do mutirão “Meu Pai Tem Nome”, que acontece uma vez por ano desde 2022. Todas as Defensorias Públicas do Brasil promovem a força-tarefa em apoio à iniciativa do Conselho Nacional das Defensoras e Defensores Públicos-Gerais (Condege). Só em 2024, o Ceará registrou 311 pedidos de inscrições.
Confira.
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