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Governo lança política de empregabilidade trans e Defensoria é referência com projeto Visibilizar 

Governo lança política de empregabilidade trans e Defensoria é referência com projeto Visibilizar 

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Garantir a inclusão e proteção da população LGBTQIAP+ com oportunidades de trabalho e renda. Esse é o objetivo do Comitê de Empregabilidade e Empreendedorismo LGBTI+, criado pelo governo do Estado do Ceará, por meio da assinatura de decreto, na última segunda-feira (14), em solenidade realizada no Palácio da Abolição. A Defensoria Pública do Estado do Ceará (DPCE) foi uma das instituições que assinou o documento com a presença da subdefensora pública, Sâmia Farias, representando a DPCE.

O Comitê, que será vinculado à Secretaria da Diversidade e é composto por 14 entidades, incluindo sociedade civil, poder público e setor privado. A iniciativa também faz parte da campanha Ceará da Diversidade contra a LGBTfobia, lançada em junho deste ano pelo Governo do Estado, por meio da Sediv.

A DPCE traz a sua experiência ao Comitê devido ao projeto  “Visibilizar” que formalizou as diretrizes organizacionais para atendimento, inclusão laboral e permanência de travestis, transexuais e pessoas não bináries na instituição. Ao todo, nove pessoas já foram contratadas nos mais diversos setores do órgão.

“Além das contratações, também fazemos capacitação com os colaboradores, com os defensores para que respeitem ainda mais essas pessoas dentro dos espaços da Defensoria, porque a presença delas favorece uma troca muito rica de experiências e perspectivas. Por isso, criamos a política de acesso aos banheiros e já contratamos pessoas trans antes mesmo da criação desse Comitê estadual, dessa nova diretriz, que vem para fortalecer uma política que nós já entendemos como fundamental”, pontuou a subdefensora Pública, Sâmia Farias.

O governador Elmano de Freitas destacou que o Comitê representa cidadania e igualdade para pessoas que são invisibilizadas pelo preconceito. “Nós temos que ser capazes de criar políticas públicas que garantam oportunidade a essa população. O que eu espero é que, por meio do Comitê, a gente possa construir ideias e políticas, bem como estimular as empresas do Ceará para ter maior número de emprego para a população [LGBTI+]”, afirmou.

Dentre as colaboradoras contratadas está a secretária Patrícia Alves, que atua como secretária do Núcleo do Idoso, em Fortaleza. Ela foi a primeira travesti contratada pela Defensoria.  Além do posto profissional, a história de Patrícia se encontrou com a da Defensoria quando em 2019 ela buscou a instituição para mudar o nome e o gênero na certidão de nascimento. Conseguiu a nova certificação e, com ela, a garantia de ser identificada oficialmente como se sente.

“Eu venho dos palcos, do teatro e cinema e após a pandemia eu vivi uma situação de que foi muito difícil da classe artística voltar a trabalhar”, revelou.  Por 15 anos, foi integrante do coletivo artístico “As Travestidas” e atuou em produções audiovisuais de renome nacional.

“Meu sonho primordial é que as próximas que virão possam ter mais acesso à empregabilidade, ao direito de se profissionalizar e que essa realidade não seja uma realidade distante de nós. E que a gente possa acreditar mais nisso e que isso seja mais possível pra gente”, conta.