Mais de 50 pessoas foram atendidas neste sábado na Defensoria em Movimento
TEXTO e FOTOs: déborah duarte
“Eu tive o câncer de mama, fiz a cirurgia em 2018 e desde esse tempo eu estou precisando de outra cirurgia. Retiraram a minha mama e colocaram uma prótese de qualidade muito ruim, ainda foram feitas 29 sessões de radioterapia em cima da prótese, ressecou e estou com esse problema dentro do meu corpo. Eu já fui no hospital várias vezes, já procurei pra fazer uma nova cirurgia e retirar essa prótese e colocar outra. E aí eu estava passando aqui por acaso, vi um caminhão e subi para saber o passo a passo desse processo”. O relato é da filósofa, conta Maria de Lima, de 55 anos, que hoje está desempregada.
Ela foi uma das 50 pessoas atendidas pela Defensoria Pública do Estado do Ceará (DPCE), neste sábado (06.04), durante atendimento da Defensoria em Movimento, na Praça do Ferreira , em Fortaleza. A ação foi focada para as demandas de saúde, em alusão ao Dia Mundial da Saúde, celebrado no domingo, 7. Além dos atendimentos voltados para as demandas judiciais, muitas pessoas em situação de rua buscaram pelos serviços para análise de processos e orientações sobre segunda vias de documentos pessoais.
Além dos atendimentos da Defensoria, as Secretarias de Saúde do Estado e do Município participaram da ação, oferecendo diversos serviços de saúde, como atualização da caderneta de vacinação, disponibilização de autotestes para Infecções Sexual Transmissível (IST), preservativos masculinos e femininos, orientações sobre os modos de prevenção para IST, HIV e Aids e oferta de insumos de higiene pessoal. Além disso, o Centro de Referência sobre Drogas (CRD) fez a escuta qualificada com uma equipe multiprofissional, encaminhamentos para rede de atenção e apoio, direcionamento para certidão de nascimento e agendamento de segunda via de RG.
Segundo a defensora pública Yamara Lavour, supervisora do Núcleo de Defesa da Saúde (Nudesa) da DPCE, a maior parte das pessoas que procuravam o órgão nesta manhã buscava solucionar atrasos na prestação de serviços públicos de saúde. As queixas mais comuns são a demora na marcação e realização de exames, consultas e cirurgias, a dificuldade na entrega de medicamentos, e também problemas com a entrega de produtos como fraldas geriátricas e esquemas de alimentação especial, necessários para pacientes com diversos tipos de enfermidades.
Em grande parte dos casos, a solicitação pode ser encaminhada já no atendimento móvel da DPCE, basta o assistido portar a documentação correta. Outro aspecto importante é que busca-se sempre resolver os problemas sem a necessidade de acionar a Justiça. “Toda demanda que chega no Nudesa, tentamos uma solução extrajudicial. Apenas em casos de negativa que nós iniciamos o processo, ou as demandas urgentes como pedidos de leito em UTI e em hospitais de maior complexidade”, pontuou Yamara.
Para a defensora pública do Estado, Sâmia Farias, a população é a maior beneficiada pelo diálogo entre os órgãos. “Quando a Defensoria se une com o Estado e o Município, quem ganha é o cidadão. O objetivo é haver uma ação integrada para orientação jurídica e a efetivação do direito e da cidadania diretamente aqui”, pontuou a defensora geral.
