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Parceria entre DPCE e Iprede pode beneficiar até 600 crianças e adolescentes com autismo e outras neurodivergências por mês

Parceria entre DPCE e Iprede pode beneficiar até 600 crianças e adolescentes com autismo e outras neurodivergências por mês

Publicado em
Texto: Bruno de Castro
Fotos: ZeRosa Filho

Lançado pela Defensoria Pública do Ceará (DPCE) nesta segunda-feira (22/4), em parceria com o Instituto Primeira Infância (Iprede), o projeto Pipa pode beneficiar mensalmente até 600 crianças e adolescentes com autismo e outras neurodivergências. Por conta dessa cooperação entre as entidades, a DPCE passa a ter uma sala para atendimentos exclusivos desse público na sede do Iprede, em Fortaleza.

Pelo menos três vezes por semana, defensores atuarão na garantia de direitos de saúde, educação, pensão alimentícia e guarda, além do combate à violência, bullying, cyberbullying, preconceito e discriminação. Além disso, serão promovidas atividades educativas com familiares das crianças e dos adolescentes atendidos pelo Iprede.

Os atendimentos acontecerão em espaços adaptados para o acolhimento de pessoas neurodivergentes. “O mais importante desse projeto é a união. E, no fim, quem ganha esse legado é a sociedade. Porque essa é uma demanda que nos convida a pensar em rede, já que uma instituição só não faz nada sozinha. É por compreender isso que eu acredito tanto em parcerias”, pontuou a defensora geral Sâmia Farias.

O presidente do Iprede, Sulivan Mota, revelou que atualmente o instituto atende por mês a quatro mil crianças e adolescentes. “Pra muitas, falta alimento. Mas também falta afeto”, declarou, enaltecendo os projetos de capacitação das mães desses assistidos e prospectando a possibilidade de, em breve, fazer o mesmo pelos meninos e meninas.

Para as crianças e adolescentes neurodivergentes, o Iprede já oferece acompanhamento de 15 diferentes especialistas, entre fisioterapeutas, psicólogos, terapeutas ocupacionais e outras abordagens. “Nenhuma instituição no Brasil, pública ou privada, dispõe disso. Então, o que se faz aqui é pioneiro mesmo. E é assim porque aqui nós enxergamos a criança e não a deficiência”, acrescentou.

No caso da Defensoria, os atendimentos acontecerão mediante agendamento. “A Defensoria agora passa a fazer parte do Iprede para termos a possibilidade de exigir justiça moralmente para alcançarmos os direitos dessas crianças e dessas famílias. Porque a infância é um futuro que tem que ser trabalhado agora. Não no futuro”, finalizou Sulivan Mota.

Presidenta da associação sem fins lucrativos Fortaleza Azul, que atua em defesa dos direitos das pessoas neurodivergentes, Daniela Botelho é também mãe de uma adolescente autista e uma das apoiadoras da parceria entre DPCE e Iprede. “Esse é o local ideal para o acolhimento dessas famílias. É um espaço maravilhoso e que, tenho certeza, vai resultar em muitas conquistas. Porque as terapias são muitas, é tudo muito caro e os direitos são violados a todo momento.”

 

 


O que é o projeto Pipa?

É uma iniciativa da Defensoria do Ceará, em parceria com o Iprede, que vai atender, de forma exclusiva e diferenciada, crianças e adolescentes com neurodiversidade e a seus familiares em espaços adequados e adaptados. Essa atenção especializada e orientação jurídica ocorrerá em um ambiente acolhedor, garantindo um maior apoio a essas famílias, principalmente nas demandas de saúde e assistência social.

O que é neurodiversidade?
São as diferentes formas de funcionamento da mente humana. Os comportamentos e padrões que estão fora do ‘esperado pela sociedade’ são considerados neurodivergentes. Mas não devem ser encarados como doença ou incapacidade, pois há diversas formas de a mente funcionar sendo dever de todos contribuir para a inclusão e integração de todas as pessoas.

SERVIÇO
DEFENSORIA NO IPREDE
ONDE: rua Professor Carlos Lobo, nº 15, no bairro Cidade dos Funcionários, em Fortaleza
HORA: 13 horas às 17 horas
TELEFONE: (85) 3218.4000/ (85) 9.8778.1922
E-MAIL: iprede@iprede.org.br