Pessoas trans e travestis narram o que significa ter uma nova certidão de nascimento em especial jornalístico da Defensoria
Texto: Da Redação
Ilustrações: Diogo Braga
Fotos: ZeRosa Filho
Priscila, Mônica, Lukresya e Muriel. Quatro trajetórias diferentes que se encontram no diverso universo das identidades de gênero. Travestis ou mulheres trans, elas foram beneficiadas pelo Transforma, o mutirão da Defensoria Pública do Ceará (DPCE) que emite novas certidões de nascimento, e estão no especial jornalístico elaborado pela Secretaria de Comunicação (Secom) da instituição para destacar a importância dessa política.
O quarteto representa o perfil mais recorrente do mutirão: além de mulheres trans e travestis, são negras e vivem em bairros periféricos de Fortaleza, territórios nos quais muitos direitos são violados e o acesso à justiça é mais difícil. “[Mudar o nome e o gênero] Pelo mutirão é menos burocrático. Então, se torna menos doloroso e menos violento. E mudar a certidão é um passo importante para inibir outras violências”, atesta Lukresya.
Já em evidência no mundo LGBT ou anônimas, as quatro buscam o mesmo ideal: uma vida na qual possam ser quem dizem ser, sem a preocupação de interrupções ou mesmo o medo da morte iminente, já que o Brasil é o país com o maior número de assassinato de pessoas trans e travestis no mundo há 14 anos consecutivos. E o Ceará é um dos três estados mais violentos do país para essas duas populações.
“Ter o nome que eu escolhi num documento oficial deixa tudo muito mais fácil. E ter pessoas trans envolvidas foi determinante pra ser algo acolhedor”, destaca Muriel (a Mumutante). “Me sinto uma guerreira e agora é continuar batalhando pelos meus sonhos”, acrescenta Mônica. “Agora que mudei o nome, pretendo me qualificar novamente, me inserir no mercado de trabalho e ajudar outras manas”, projeta Priscila.
Confira o especial sobre o mutirão Transforma!
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