Van de Direitos da Defensoria faz 21 atendimentos jurídicos e psicossociais no Oitão Preto
FOTO E TEXTO: TARSILA SAUNDERS, ESTAGIÁRIA DE JORNALISMO SOB SUPERVISÃO
A Defensoria Pública do Estado do Ceará (DPCE), por meio do Núcleo de Direitos Humanos e Ações Coletivas (NDHAC), realizou na última terça-feira (26/11) mais uma edição do atendimento itinerante com a Van de Direitos, desta vez no Oitão Preto, no bairro Moura Brasil, em Fortaleza. Durante a ação, foram realizados 13 atendimentos jurídicos voltados para a regularização de documentos pessoais e resolução de pendências judiciais, além de 8 atendimentos psicossociais, oferecendo acolhimento, orientações e encaminhamentos.
Das 13h às 16h30, defensores públicos e a equipe psicossocial da DPCE estiveram presentes na comunidade para atender as demandas locais. A ação multiprofissional contou com a participação do Programa Consultório na Rua, que promoveu atendimentos de saúde multidisciplinar com foco na humanização e na construção de vínculos de confiança com os moradores em situação de vulnerabilidade.
A supervisora do NDHAC, defensora pública Mariana Lobo, coordenou os trabalhos e destacou o impacto da ação para as comunidades. “Começamos esse ano um atendimento itinerante voltado à população em situação de rua na perspectiva de tornar o acesso à Defensoria mais acessível e de conhecer diversas realidades dessas pessoas em Fortaleza. É garantir que possam acessar os seus direitos, os serviços públicos e trabalhar na construção da cidadania”, explica.
Além disso, a iniciativa contou com a presença também do Núcleo de Articulação Comunitária Afirmativa (NACA), que desenvolveu atividades de conscientização sobre saúde, especialmente relacionadas à prevenção da tuberculose. Durante a ação, os moradores participaram de atividades interativas, como murais de desenhos para discutir a importância do autocuidado e da prevenção.
Justiça e cidadania mais perto
Os atendimentos foram viabilizados pela Van de Direitos, unidade móvel que leva serviços de assistência jurídica e psicossocial para pontos estratégicos da cidade. Desde o ano passado, essas ações itinerantes e mensais têm garantido que populações em situação de vulnerabilidade sejam atendidas de forma acessível, sem a necessidade de deslocamento até as unidades fixas da DPCE.
A importância dessa proximidade foi destacada por Marcelo Medeiros, representante do Movimento Nacional da População em Situação de Rua (MNPR), que disseminou a informação sobre a ida da DPCE ao Oitão Preto, mobilizando a comunidade. Para ele, a ação foi um gesto de acolhimento e dignidade para seus “irmãos de rua”.
“Esse trabalho da Defensoria é fundamental, porque muitas pessoas, especialmente da população em situação de rua, não têm condições de acessar esses equipamentos. Trazer a Defensoria para perto facilita a vida dos ‘irmãozinhos’, ajudando aqueles que têm medo de resolver questões de documentos ou enfrentar algum problema judicial”, destaca Marcelo.
O representante também refletiu sobre o impacto que ações como essa podem gerar na vida da população em situação de rua, destacando a importância de ir além do básico e estar presente nas ruas, entendendo de perto as necessidades para construir caminhos reais de transformação. “O que eu vejo é que essa ação ajuda a tirar os irmãozinhos do papelão em que eles dormem, faz eles abrirem os olhos para ver que dá para mudar. E quando alguém vem pra estar na rua com a gente, isso mostra que estão se preocupando de verdade. Foi um privilégio ter a Defensoria aqui”, finaliza Marcelo, emocionado com o impacto positivo da ação.