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Orçamento Participativo 2018 – “A maior arma do pobre e ferramenta de resistência é o estudo, a informação”

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“Eu quero começar meu discurso destacando quatro pontos: sou pobre, filha de agricultor,  tenho uma irmã com deficiência e sou de comunidade indígena. Cada ponto desse me faz perceber o quanto esse momento é importante para o meu aprendizado. Quando cheguei na sala de aula, o professor mencionou que iríamos ter uma palestra da Defensoria, ao invés de ter aula de Sistemas Operacionais. Fiquei sem entender, porque queria ter a aula, mas só depois de ouvir todas explicações, vi que eu precisava estar aqui hoje, afinal, a maior arma do pobre e ferramenta de resistência é o estudo, a informação. É preciso se apropriar dessas informações para sabermos do que podemos ou não fazer, mas, acima de tudo, precisamos agir com amor. O amor é quem conduz e nos torna capaz de entendermos a situação do outro”, as palavras da estudante Ivanir Paz Pires marcaram o discurso jovem e de resistência na primeira audiência pública do Orçamento Participativo de 2018, em Canindé, reunindo mais de 200 pessoas no auditório do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia (IFCE).

Ali, jovens estudantes, movimentos sociais e defensores públicos refletiram sobre o momento do País, ouviram sobre realidades e sobre as atividades mais importantes a serem implementadas pela Defensoria no ano de 2019. Foi um debate franco, aberto à participação, onde os defensores públicos da região e representantes da gestão do órgão ouviram e conversaram com a população. A primeira palavra foi dada pela defensora pública geral do Ceará, Mariana Lobo, que deu boas vindas aos presentes e destacou o porque a Defensoria estar em contato mais próximo com a população. “É a primeira vez que estamos na cidade de Canindé realizando essa ação. Somos uma instituição muito jovem, estamos completando apenas 21 anos de fundação neste sábado (28), e a nossa atuação aqui na cidade também é muito recente. A Defensoria Pública está crescendo aos poucos e realizamos esses encontros com aqueles que representam a razão de ser do nosso órgão, que são os nossos destinatários, para conhecer mais a realidade de vocês e direcionar melhor os investimentos da instituição”, explicou.

Damiana Moises participou do evento e trouxe uma comitiva da região Central do Estado. “Nós temos agora uma proximidade muito grande com a Defensoria de Quixeramobim, já realizamos uma capacitação com as técnicas do Centro de Estudos do Trabalho e Assessoria do Trabalhador (CETRA) para informar sobre o acesso e a garantia de direitos, as defensoras de lá já foram nas comunidades mais distantes atender a população do campo e hoje viemos aqui para dizer que há ainda muitas localidades que não existem o serviço da Defensoria. Viemos aqui para dizer que precisamos de vocês lá! O trabalho que é realizado por vocês é indispensável para a nossa sobrevivência”, ressaltou.

O defensor público Ricardo César Pires Batista, coordenador das Defensorias do Interior, lembrou que ainda não existem defensores públicos em 75% do Estado. “Estamos aqui para reiterar que também, assim como vocês, queremos ampliar o serviço da instituição, mas para isso é necessário mais orçamento para estruturar e distribuir o nosso serviço. Não vamos conseguir isso sem esse apoio de vocês, porque é um pleito de toda a população carente que não tem condições de arcar com as despesas de um advogado”, destacou.

A ouvidora geral externa da Defensoria Pública, Merilane Coelho, relembrou de suas origens em Canindé, cidade onde nasceu e morou até os 19 anos, e se orgulhou de trazer o Orçamento Participativo para sua cidade natal.  “Estar aqui hoje na minha terra, onde nasci, debatendo Defensoria Pública que é um projeto político da sociedade civil, ajudando no fortalecimento da instituição e acompanhando o seu crescimento é muito importante. Ver que esse auditório otado de pessoas jovens e com ideais de resistência nos motiva a lutar diariamente”.

A professora Isabele Oliveira da Escola Frei Policarpo e estava na reunião e foi responsável por levar um grupo de estudantes para aprofundar o conhecimento sobre direitos. O grupo participou ativamente das discussões.  “Eles não têm conhecimento dos serviços disponíveis na cidade, muitos nem sabiam que existia a Defensoria. E com o que eles ouviram aqui hoje podem se tornar interlocutores de informações sobre o direito da população de cada localidade, promovendo também o acesso à justiça”, destacou

A defensora pública e assessora de relacionamento institucional da Defensoria do Ceará, Amélia Rocha, encerrou a programação agradecendo aos participantes e em palavras que reforçam a luta por direitos. “São com essas palavras sobre amor e empatia que fechamos a primeira audiência do III Orçamento Participativo da Defensoria. Só vamos conseguir construir uma sociedade igualitária, partindo desses princípios. É muito gratificante saber que a Defensoria está dando mais um passo no acesso à justiça e na garantias de direitos, principalmente contando com uma plateia tão jovem como a de hoje. Vocês são a luta de amanhã”, frisou.

Participaram ainda da audiência os defensores Airton Jorge de Sá, José Fabrício Sabino, Juliana Andrade de Lacerda, Leonardo Fulgêncio Junior e Eliton Meneses. A reunião contou com a presença de representantes de municípios de Banabuiú, Choró, Deputado Irapuan Pinheiro, Ibaretama, Ibicuitinga, Milhã, Mombaça, Pedra Branca, Piquet Carneiro, Quixadá, Quixeramobim, Senador Pompeu e Solonópole; Boa Viagem, Canindé, Caridade, Itatira, Madalena e Paramoti.

 

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