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Atuação da Defensoria garante que adolescente faça a doação de medula para irmão de 23 anos

Atuação da Defensoria garante que adolescente faça a doação de medula para irmão de 23 anos

Publicado em
Texto: AMANDA SOBREIRA
Ilustração: DIOGO BRAGA

Em fevereiro do ano passado, Patrick Simplício, um jovem de 23 anos, começou a passar mal, sentir febre e os exames de sangue trouxeram um diagnóstico que assustaria qualquer família: Leucemia Mielóide Aguda (LMA). A partir daí, foi uma corrida contra o tempo. A mãe, Vera Lúcia Simplício, conta a luta que envolveu toda a família, natural de Palmácia, município distante cerca de 200 quilômetros de Fortaleza.

“Patrick tem duas irmãs, sendo uma maior de idade, mas foi justamente a irmã menor, na época com 13 anos, que apresentou a compatibilidade para a doação da medula. Só que a gente precisou ir atrás da autorização do juiz, por ela ser menor de idade e foi assim que chegamos na Defensoria Pública do Estado do Ceará (DPCE). O pai dele foi até Fortaleza e contou para os defensores toda a situação”, relata a mãe.

Assim que o caso chegou à instituição, uma força-tarefa foi montada para garantir a celeridade do processo, pois Patrick estava internado aguardando o transplante. A defensora pública Raquel Mascarenhas, do Núcleo de Atendimento e Petição Inicial (Napi),  conta que o trabalho do Setor Psicossocial da instituição foi essencial para o resultado dessa atuação. “Esse caso é emblemático porque fala da importância do trabalho do Setor de Psicossocial na atuação da Defensoria. Foi nossa assistente social que alinhavou todos os pontos com a família que estava no interior, com o paciente que estava internado aguardando o transplante, com o hospital e com os defensores. A gente fez a ação de alvará, a juíza pediu uma documentação complementar do laudo e foi um momento de tensão, porque era uma corrida contra o tempo”, ressalta a defensora.

De acordo com as informações que constam no processo, a doação da medula tinha o consentimento dos pais e era baseada no relatório médico. Tanto Patrick, o paciente beneficiado com o transplante de medula óssea, como a irmã doadora, apresentavam boa saúde física para a realização da cirurgia, condição básica para a concretização do transplante, conforme os diversos laudos médicos juntados aos autos. Desde que o pai de Patrick esteve na sede da DPCE para pedir ajuda até a realização do transplante, foram menos de três meses de espera. Patrick fez a cirurgia no dia 13 de dezembro no Hospital Universitário Walter Cantídio.

“Confesso que, inicialmente, achei esse processo todo de autorização era demorado e burocrático, pois eu não era muito ciente de como funcionava, mas hoje, tendo o conhecimento mais amplo da situação, acredito que a Defensoria tenha sido bastante eficiente. Após a autorização concedida, consegui fazer o transplante e após estes dois meses, eu estou bem. Faço consultas uma vez por semana, exames e sigo de repouso, mas evoluindo bem. Eu me sinto bastante agradecido e satisfeito com a atuação da Defensoria como um todo: atendimento excelente e profissionais atenciosos. Nada a reclamar, só agradecer”, falou Patrick.

O processo tramitou na 21a vara cível e teve o acompanhamento da defensora pública Luciana Rocha de Barros. “Está de parabéns a atuação da Defensoria Pública nas demandas de saúde, seja em procedimentos cirúrgicos de urgência, liberação de UTI, medicação, transplantes. Procuramos atuar de forma célere para a liberação do alvará autorizando o transplante de medula óssea entre os irmãos Arielly e Patrick. É a Defensoria Pública praticando cidadania e salvando vidas”, ressaltou a defensora Luciana Barros.

A assistente social Mediatriz Camelo foi a responsável por articular todos os contatos e acelerar o processo. Manteve contato constante com a família, especialmente Patrick e a mãe Vera Lúcia. Há oito anos trabalhando na Defensoria, ela diz que cada caso marca a vida de todos. “Eu me emociono ao lembrar que eles nunca duvidaram que ia dar certo. Tudo que eu podia fazer eu fazia, a Dra. Raquel também se empenhou muito. Foi um esforço coletivo. É muito difícil fazer esse acompanhamento, mas é gratificante ver as coisas andando, é uma recompensa. Foi um caso que trouxe muita alegria para todos”, disse a assistente social.

A mãe Vera Lúcia hoje respira aliviada com a saúde de todos os filhos e mantém no coração, todos que ajudaram na luta pela vida do Patrick. “Eu só tenho que agradecer a todas as pessoas que nos ajudaram, nossos familiares, nossos amigos e a Deus que colocaram essas pessoas no nosso caminho”, emociona-se.